Programa de Curta Duração Cog-X de Educação Infantil e Desenvolvimento de Competências Parentais em Chicago

Aumentar o preparo para início da vida escolar, por meio de uma metodologia integrada entre alunos, pais e professores, estimulando o desenvolvimento de diferentes habilidades da criança.

O Cog-X foi implementado, em pequena escala e no contexto de uma avaliação de impacto, em um subúrbio de baixa renda de Chicago, Estados Unidos, de 2012 a 2014.

O programa teve por foco crianças de 3 a 4 anos e duração de 2 meses, durante as férias de verão.  Ele foi desenvolvido como uma versão abreviada de um programa anual de educação infantil e desenvolvimento de competências parentais. Ambos consistiram, essencialmente, na aplicação de um currículo por meio de uma metodologia integrada com os alunos, pais e professores. As crianças foram expostas, pela manhã, a um currículo estruturado, com foco em Matemática, Linguagem e alfabetização, habilidades socioemocionais (como autocontrole e motivação) e físicas. O currículo completo totalizava 115 horas e suas atividades foram baseadas em quatro temáticas principais:

1. “Minha família, minha comunidade, e meu mundo”;
2. “O método científico”;
3. “O passado e o presente”; e
4. “O mundo natural”.

O programa também deu grande ênfase à participação dos pais, oferecendo oficinas quinzenais de capacitação, que totalizaram 6 horas. As oficinas instruíram os pais a estender as lições da escola em casa e reforçaram as metas de aprendizagem ligadas ao currículo. A estrutura das oficinas convidou os pais para a sala de aula e lhes deu ferramentas necessárias para serem os primeiros professores de seus filhos. Como incentivo para participarem, os pais receberam 50 dólares americanos (o que representava pouco mais de 3% da renda mensal per capita do distrito) pelo comparecimento em cada sessão e 25 dólares americanos caso chegassem atrasados. Além das oficinas, havia também dias de atividades temáticas familiares, em que os pais eram convidados a se juntar aos filhos na sala de aula em atividades de alfabetização e Matemática.

Por fim, o programa contou com um sistema amplo e regular de avaliações que proviam insumos aos professores, alunos e pais. Estas avaliações incluíram ferramentas de triagem pré-escolar padronizadas, avaliações diagnósticas semanais de alfabetização e Matemática baseadas em habilidades cobertas pelo currículo e uma avaliação individual conduzida pelo professor com cada aluno no final de um tema para determinar a competência do mesmo.

Foram documentadas, no artigo para discussão listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal do programa entre os alunos convidados a participarem do programa:

• 66% das crianças frequentaram o centro de educação infantil pelo menos um dia durante o período de 2 meses e, entre as crianças que foram ao centro pelo menos um dia, houve participação em 84% dos dias [1];
• aumento de 18% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 - isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100. em um indicador de desenvolvimento cognitivo das crianças, que continha informação sobre vocabulário e habilidades de leitura (como identificação de letras), e Matemática – e este efeito é presente (27% de um desvio-padrão) apenas entre os alunos que tinham, no início do ano, menos habilidades acumuladas nestas áreas, sugerindo um alto poder do programa em equalizar o conhecimento das crianças contempladas [1];
• não foram encontrados efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. em um indicador de habilidades socioemocionais das crianças, que continha informação sobre, por exemplo, auto-controle ou atenção sustentada [1];
• no entanto, e mais uma vez entre os alunos que tinham, no início do ano, menos habilidades acumuladas em áreas como vocabulário e habilidades de leitura (como identificação de letras), e Matemática, há um aumento de 26% de um desvio-padrão em um indicador de habilidades socioemocionais [1];
• uma versão extendida do programa, que teve duração de 9 meses, e ocorreu durante o ano letivo, teve efeitos semelhantes aos descritos acima [1].