Expansão dos Centros Públicos de Educação Infantil na Dinamarca

A lei que deu suporte à expansão dos centros públicos de educação infantil foi aprovada pelo Parlamento da Dinamarca em 1919.

Os centros tinham abrangência nacional e eram financiados pelo governo central, com focalização em crianças de 3 a 7 anos de famílias em situação de pobreza. A lei estabeleceu critérios para que governos locais recebessem subsídios para abertura dos centros, baseados em condições verificáveis pelas autoridades públicas. Estas condições integravam diretrizes sobre os aspectos sanitários das instalações físicas, qualificação do corpo administrativo e docente, e critérios de atendimento prioritário.

Os centros ofereceram acesso às crianças por 11 meses no ano, pelo dia inteiro ou por meio período, e partiram de princípios pedagógicos inspirados nas obras de Friedrich Fröbel e Maria Montessori, incorporados à época aos cursos de treinamento de educadores infantis.

O apoio à saúde infantil também era um componente central dos centros educacionais e o governo incentivou a cooperação entre educadores infantis e profissionais de saúde para oferecer triagens para as crianças. Além disso, os centros ofereciam às crianças refeições e, portanto, tinham um papel fundamental na suplementação nutricional e calórica.

Foram documentadas, nos artigos listados na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal da introdução dos centros públicos de educação infantil entre os anos de 1930 e 1957 nas crianças contempladas:

• aumento de 9% (ou aproximadamente 1 ano) no número total de anos de estudo alcançados na vida adulta [1];
• aumento de 30% (ou 17 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais. Por exemplo, se uma variável binária tem média de 10%, um efeito de 5 pontos percentuais representa aumento de 50%.) na taxa de crianças que vieram a completar pelo menos 9 anos de educação formal, considerada compulsória no país no período considerado [1];
• aumento de 17% na renda média anual auferida no mercado de trabalho entre os 30 e 60 anos [1];
• aumento de 8% (ou 7 pontos percentuais) na taxa de crianças que vieram a morrer apenas após os 65 anos [1];
• não há evidências de que a exposição adicional a um programa nacional de visitas domiciliares no primeiro ano de vida tenha aumentado ainda mais os ganhos descritos acima, sugerindo um grau considerável de substitutabilidade entre os dois tipos de investimento público durante a primeira infância [1];
• aumento de 2,2% (ou 0,27 ano) no número total de anos de estudo alcançados na vida adulta, entre os descendentes das crianças impactadas, embora esse efeito seja imprecisamente estimadoDiz-se que um resultado estatístico é imprecisamente estimado quando ele também é consistente com valores distantes de um valor de referência (por exemplo, 0), após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos de uma população. [1];
• aumento de 12% (ou 9 pontos percentuais) na taxa de crianças que vieram a completar pelo menos 9 anos de educação formal, ainda entre os descendentes das crianças impactadas [1].