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Programa de Visitas Domiciliares no Primeiro Ano de Vida na Dinamarca

Publicado em 25/02/2023 Atualizado em 04/04/2025
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Qual era o objetivo?

Universalizar o acesso à atenção primária à saúde durante o primeiro ano de vida.

Onde e quando?

A iniciativa foi desenvolvida e implementada, a partir de 1937, na Dinamarca. Os resultados abaixo se referem a estudos observacionaisOs estudos observacionais analisam dados coletados em situações em que os pesquisadores não têm controle sobre a exposição de indivíduos à política ou programa social, permitindo apenas a observação das associações entre variáveis em seus contextos naturais. Nesse tipo de estudo, as diferenças observadas entre os grupos podem ser influenciadas por fatores que limitam a capacidade de estabelecer relações causais diretas entre o programa e os resultados observados. que usam dados de crianças expostas ao programa quando da sua chegada em um determinado município do país (ver figura abaixo).

 

Como era o desenho?

O programa tinha focalização universal e atribuía a cada mãe de recém-nascido uma enfermeira que, durante o primeiro ano de vida, realizava aproximadamente 10 visitas ao domicílio.¹ Durante essas visitas, esta enfermeira encorajava as mães a aleitarem suas crianças e a manterem o ambiente limpo, dando instruções a respeito dos cuidados higiênicos com o bebê, além de servirem como ponto de contato para tratamento médico mais especializado nos casos de doenças. Por fim, estas enfermeiras também forneciam informações relativas à saúde que poderiam ser utilizadas pela mãe na próxima gestação.

O programa foi implementado localmente e a implementação seguiu diretrizes para que ocorresse de forma uniforme nas diferentes localidades. Além disso, estas diretrizes pautaram o monitoramento das enfermeiras que realizavam relatórios sobre seu trabalho junto às famílias contempladas.

O que as evidências sugerem?

Foram documentadas, nos artigos listados na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa nos anos subsequentes à adesão dos municípios dinamarqueses:

  • aumento na taxa de sobrevivência de crianças, de 0,5% no primeiro ano, e de 1,6% no quarto ano, o que equivale a 5 vidas por 1.000 nascidos vivos e 16 vidas por 1.000 nascidos vivos, respectivamente [1];
  • os resultados acima foram gerados, principalmente, por uma redução das taxas de mortalidade infantil por doenças infecciosas, como diarreia, para a qual houve uma redução de 17% no horizonte temporal de implementação do programa [1];
  • aumento de 0,4% na taxa de sobrevivência até os 64 anos, propulsionado por uma redução de 3% na taxa de diagnósticos por doenças cardiovasculares entre as idades de 45 e 64 anos [2];
  • não foram encontradas evidências de que os efeitos descritos acima foram acompanhados por efeitos positivos nos anos totais de estudo alcançados, salários, e escolha ocupacional dos indivíduos afetados [2].
  1. O programa foi desenhado como resposta às altas taxas de mortalidade infantil que, na época, eram de aproximadamente 65 a cada mil crianças.

Quais as fontes da informação?

  1. Wüst, M. (2012) Early Interventions and Infant Health: Evidence from the Danish Home Visiting Program. Labour Economics, 19(4), 484-495.
  2. Hjort, J., Sølvsten, M., & Wüst, M. (2017). Universal Investment in Infants and Long-Run Health: Evidence from Denmark’s 1937 Home Visiting Program. American Economic Journal. Applied Economics, 9(4), 78.
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