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Programa Escolar Becoming a Man de Terapia Cognitivo-Comportamental em Chicago

Publicado em 23/12/2022 Atualizado em 07/03/2024
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Qual o objetivo?

Desenvolver habilidades de autoreflexão e técnicas práticas de controle de impulsos automáticos entre adolescentes em situação de vulnerabilidade social e alto risco de evasão, de modo a aumentar o seu engajamento escolar e diminuir o seu envolvimento com a criminalidade.

Onde e quando?

O programa Becoming a Man (BAM) foi desenvolvido pela ONG Youth Guidance e implementado em 2001 em um grupo de escolas públicas no sul e oeste de Chicago, nos Estados Unidos. As informações abaixo se referem a um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". do programa nos anos de 2009 a 2010 e de 2013 a 2015.

Como é o desenho?

O BAM foi um programa de aconselhamento em grupo, voltado para adolescentes homens do 7º ano do ensino fundamental ao 3º do ensino médio, baseado em princípios de terapia cognitivo-comportamental.

Estes princípios foram trabalhados em sessões semanais de 1 hora (de 27 a 45 sessões, dependendo do ano de implementação) em grupos de 12 a 15 jovens, guiadas por um supervisor.

Cada sessão foi construída em torno de um plano projetado para desenvolver uma habilidade específica por meio de histórias, dramatizações e exercícios em grupo. Dentre as atividades realizadas, havia, por exemplo:

  1. exercícios de introspecção que criavam oportunidades para que os jovens relatassem áreas em que consideravam ser bons, e áreas em que ainda precisavam se desenvolver;
  2. atividades práticas para exercício de habilidades sociais e de controle de impulsos agressivos automatizados;
  3. interpretação de papéis em situações de confronto baseadas na vida real;
  4. exercícios de relaxamento muscular, respiração, de canalização produtiva da raiva e identificação de crenças problemáticas ou falsas; e
  5. discussão de diferentes concepções de masculinidade.

Um exemplo de atividade ilustrativa dos princípios que norteiam o programa é chamada de The Fist (“O Punho”). A atividade inicia com a divisão do grupo em pares de alunos. Um dos alunos do par recebe, então, uma bola e ambos são informados que o outro aluno tem 30 segundos para tirar a bola de seu parceiro. Quase todos os jovens usam a força física para esse fim. Durante a discussão posterior sobre a atividade, o supervisor enfatiza que quase ninguém pensou em pedir a bola. Quando questionados sobre por que eles não lidaram dessa maneira com a situação, a maioria responde que “ele não teria dado” ou “ele teria pensado que eu não estava falando sério”. O supervisor então estimula a reflexão em grupo sobre a atividade, perguntando: “Como vocês reagiriam se o outro pedisse gentilmente pela bola?”. Este exercício, como muitos outros no programa, tenta inculcar nos jovens as estratégias de comportamento que os permitam “desacelerar” e avaliar os muitos pontos de vista que podem ser tomados diante das situações do dia a dia.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal da implementação das sessões do programa BAM:

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Heller, S. B., Shah, A. K., Guryan, J., Ludwig, J., Mullainathan, S., & Pollack, H. A. (2017). Thinking, Fast and Slow? Some Field Experiments to Reduce Crime and Dropout in Chicago. The Quarterly Journal of Economics, 132(1), 1-54.

Vídeos

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