Estudo Experimental da Integração de Estimulação na Primeira Infância na Estratégia Saúde da Família em São Paulo

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Estudo Experimental da Integração de Estimulação na Primeira Infância na Estratégia Saúde da Família em São Paulo

Publicado em 10/12/2025 Atualizado em 12/12/2025
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Qual era o objetivo?

Formar habilidades e induzir práticas de apoio ao desenvolvimento integral.

Onde e quando?

A iniciativa foi implementada entre 2015 e 2016 na região oeste da cidade de São Paulo, no Brasil, no contexto de um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". que contou com a participação de 826 crianças de 9 a 17 meses, acompanhadas por cerca de 1 ano.

Como era o desenho?

As famílias-alvo do programa eram compostas por cuidadores e crianças de 9 a 17 meses, nascidas no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo e moradoras de bairros de baixa renda na região do Butantã e do Jaguaré.¹ A ideia central da iniciativa foi avaliar se o treino de agentes comunitários ligados do Estratégia Saúde da Família no currículo Reach Up and Learn de parentalidade, desenvolvido originalmente na Jamaica, poderia gerar impactos positivos sobre o desenvolvimento cognitivo, de linguagem, motor e socioemocional de crianças das famílias participantes.²

O modelo envolve visitas domiciliares periódicas, nesse caso quinzenais, com o uso de brinquedos simples —muitas vezes confeccionados com materiais disponíveis no domicílio— e de atividades lúdicas. Essas atividades criam oportunidades para que os visitadores orientem as cuidadoras e a família sobre como estimular a linguagem, a cognição, a motricidade e as habilidades socioemocionais das crianças, por meio de interações responsivas no cotidiano.

Para a operacionalização, agentes comunitários de saúde participaram de um curso de 10 dias sobre desenvolvimento infantil, promoção de práticas parentais positivas e uso do currículo, com sessões teóricas, dramatizações de visitas e visitas-piloto em comunidades vizinhas. Os agentes acumularam as visitas de estimulação com atribuições rotineiras na atenção primária à saúde, recebendo um adicional financeiro por criança acompanhada e supervisão da enfermeira da sua unidade básica de saúde.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências de monitoramento e impacto:

  • o estudo estima que o custo anual por criança de implementação do programa foi de R$734,00 [1];
  • a adesão foi muito baixa: cerca de 83% das crianças não receberam nenhuma visita durante o período de implementação [1];
  • talvez por isso, não foram encontradas evidências de efeitos positivos ou estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis de 0, após incorporadas à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos e estudos. sobre indicadores que capturavam dimensões cognitiva e de linguagem do desenvolvimento infantil [1];
  • houve, no entanto, impacto positivo, mas imprecisamente estimado sobre indicadores antropométricos padronizados de peso-por-idade e altura-por-idade, da ordem de 14% e 15% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável —valores mais altos indicam ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Uma forma de interpretar efeitos medidos na escala de desvios-padrão, que é usada para tornar comparáveis provas usadas em diferentes contextos, é: "A cada aumento de 10% de um desvio-padrão equivale, aproximadamente, um salto de 4 posições a partir do aluno mediano (isto é, na posição 50)". Um aumento de 30% de um desvio-padrão, por exemplo, equivaleria a passar da posição 50 para a posição 62 (isto é, 30%/10% x 4 posições). Essas aproximações se tornam menos precisas para efeitos muito grandes., no horizonte de 12 meses após o início da implementação [1]
  1. Uma restrição adicional foi a de incluir apenas crianças que não estavam em creche em tempo integral no início do estudo.
  2. Os autores destacam que a experiência indica que a integração de programas de visitas domiciliares de estimulação à rotina da Estratégia Saúde da Família exige tempo disponível e reforço de equipe.

Quais as fontes da informação?

  1. Brentani, A., Walker, S., Chang-Lopez, S., Grisi, S., Powell, C., & Fink, G. (2021). A home visit-based early childhood stimulation programme in Brazil—a randomized controlled trialHealth Policy and Planning, 36(3), 288-297.
Imds | Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social
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