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Programa Reach Up and Learn de Visitas Domiciliares para Estimulação e Desenvolvimento na Primeira Infância na Jamaica

Publicado em 19/10/2022 Atualizado em 18/06/2024
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Qual o objetivo?

Aumentar os estímulos ao desenvolvimento durante a primeira infância e aprimorar a nutrição para mitigar os efeitos da pobreza sobre o desenvolvimento infantil.

Onde e quando?

A iniciativa foi implementado em 1986 e 1987 em Kingston, Jamaica, no contexto de um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". envolvendo 129 famílias.

Como é o desenho?

O Reach Up and Learn teve como foco crianças de 9 a 24 meses com atrasos de crescimento que viviam em regiões socialmente vulneráveis da cidade.¹ O componente central do programa foi a implementação de um currículo estruturado de estimulação voltado ao desenvolvimento na primeira infância, por meio de visitas domiciliares semanais de 1 hora por um período de 2 anos. Nas visitas, profissionais locais de saúde:

  1. brincaram com os bebês e crianças das famílias contempladas;
  2. encorajaram suas mães e outros cuidadores a interagir e brincar com brinquedos feitos de materiais recicláveis de fácil acesso ou livros com figuras;
  3. enfatizaram práticas capazes de melhorar a relação entre mãe e criança, instruindo-as sobre como integrar atividades de estimulação infantil em suas rotinas diárias.

A implementação foi precedida por um período em que os profissionais de saúde, que não tinham nenhum tipo de formação específica em desenvolvimento infantil, foram treinados por 4 semanas para se tornarem visitadores ligados ao programa.²

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal do programa:

  • aumento de 63% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 - isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100. em um indicador de desenvolvimento cognitivo — reconhecimento de formas e padrões — e de 80% de um desvio-padrão em um indicador de desenvolvimento da linguagem na primeira infância — capturando a produção vocal, uso de palavras e frases, compreensão auditiva e expressão verbal —, ambos ao fim da implementação, ou após 2 anos de exposição ao programa de visitas [1];
  • aumento de 49% de um desvio-padrão em um indicador de coordenação motora grossa — controle da cabeça, sentar, engatinhar, ficar em pé e caminhar — e de 80% em um indicador de coordenação motora fina — capacidade de coordenar movimentos das mãos e dos olhos para pegar objetos, desenhar, empilhar blocos — ambos ao fim da implementação, ou após 2 anos de exposição ao programa de visitas [1];
  • aumento de aproximadamente 25% nos salários auferidos mais de 20 anos depois do fim da intervenção – um efeito que foi suficiente para equiparar os salários das crianças contempladas com os salários das crianças que, ao momento do início da implementação, não foram classificadas como tendo atrasos de crescimento [2].
  1. Não foram considerados como potenciais participantes gêmeos, crianças que pesavam menos do que 1,8 quilogramas e crianças com algum tipo de deficiência física ou mental.
  2. Um componente adicional do programa foi de suplementação alimentar, na forma de 1 kg de fórmula de leite por semana, para algumas das crianças contempladas.

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Grantham-McGregor, S. M., Powell, C. A., Walker, S. P., & Himes, J. H. (1991). Nutritional Supplementation, Psychosocial Stimulation, and Mental Development of Stunted Children: the Jamaican Study. The Lancet, 338(8758), 1-5.
  2. Gertler, P., Heckman, J., Pinto, R., Zanolini, A., Vermeersch, C., Walker, S., Chang, S. & Grantham-McGregor, S. (2014). Labor Market Returns to an Early Childhood Stimulation Intervention in Jamaica. Science, 344(6187), 998-1001.

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