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Construção de Moradias pelo Programa TECHO no Uruguai

Publicado em 20/02/2024 Atualizado em 26/06/2024
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Qual o objetivo?

Melhorar as condições de moradia em favelas e zonas urbanas de alta vulnerabilidade, em ações conjuntas entre os seus habitantes e jovens voluntários.

Onde e quando?

O modelo do programa TECHO foi estabelecido pela primeira vez no Chile, nos anos 1990, sendo depois replicado em vários países da América Latina. Os resultados descritos abaixo dizem respeito a um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". conduzido no Uruguai entre 2007 e 2010, envolvendo aproximadamente 750 famílias.

Como é o desenho?

O programa teve como focoO programa ainda está em operação. As frases nesse e nos próximos parágrafos estão no passado porque os resultados se referem a como o programa era, no momento e contexto específicos da avaliação de impacto. famílias que residiam nas áreas periféricas das cidades de Montevidéu e Canelones. A seleção das famílias beneficiárias pautou-se em um exercício de diagnóstico e priorização, conduzido em conjunto com os habitantes das comunidades. Após a seleção, foram construídas moradias de 18 metros quadrados por equipes de 4 a 8 voluntários.¹ Uma vez que a maioria das famílias não possuía título formal da terra em que viviam, as casas eram facilmente desmontáveis e podiam ser transferidas para novos locais em caso de necessidade.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa:

  • aumento de 33% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 - isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100. em um indicador da qualidade da moradia das famílias participantes, construído a partir de informação sobre o número de cômodos, a qualidade do assoalho, paredes e telhado, e o número de janelas [1];
  • aumento de 32% de um desvio-padrão em um indicador de satisfação com a vida e, em particular, com a própria moradia, construído a partir da percepção dos moradores sobre a qualidade da mesma e da proteção que ela oferecia contra intempéries [1];
  • não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. sobre indicadores de saúde das crianças das famílias contempladas, como diminuições na incidência de episódios de diarreia e de doenças respiratórias [1];
  • também não foram encontradas evidências de que as moradias tenham tido efeito sobre o número de horas de trabalho dos moradores ou sobre a renda domiciliar per capita [1].
  1. Apenas cerca de 10% dos custos de materiais foram repassados aos futuros proprietários, totalizando aproximadamente 100 dólares em valores de 2017, ou o equivalente, à época, a quase 2 vezes o rendimento domiciliar per capita das famílias contempladas. Esses materiais incluíram madeira, utilizada nas paredes e no piso — elevado de 30 a 80 centímetros do chão para proteção contra enchentes e animais — além de placas de alumínio para o teto.

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

Galiani, S., Gertler, P. J., Undurraga, R., Cooper, R., Martínez, S., & Ross, A. (2017). Shelter from the Storm: Upgrading Housing Infrastructure in Latin American Slums. Journal of Urban Economics, 98, 187-213.

Vídeos

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