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Programa Escolar Projeto de Inovação Pedagógica no Rio Grande do Norte

Publicado em 12/10/2022
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Qual o objetivo?

Aumentar a autonomia e a motivação dos professores no exercício de suas funções, com o objetivo de melhorar a progressão dos alunos e os resultados de aprendizagem nas escolas estaduais dos ensinos fundamental e médio.

Onde e quando?

O Projeto de Inovação Pedagógica (PIP) foi implementado a partir de 2014 pela Secretaria de Estado da Educação (SEE) do Rio Grande do Norte, Brasil.

Como é o desenho?

O PPIP buscou motivar professores da rede pública estadual, dando-lhes autonomia para desenhar e implementar um projeto local que buscasse enfrentar os desafios pedagógicos dentro de seus respectivos contextos. O programa teve por foco o 4º, 5º e 6º anos do Ensino Fundamental e o 1º ano do ensino médio.

O programa contou com algumas fases, sendo a primeira delas a de desenvolvimento de projeto. Nesta fase, as escolas foram convidadas a participar de uma oficina de 3 dias sobre práticas de ensino inovadoras e orientadas para projetos. Durante as sessões, os participantes também foram convidados a identificarem os principais desafios que enfrentavam e a discutirem como projetos de inovação pedagógica poderiam se encaixar em seu contexto. Cada escola recebeu um boletim individualizado comparando suas notas em exames padronizados e taxas de aprovação com a média do estado, região e cidade.

Após a oficina, cada escola foi conectada a um professor orientador, parte da equipe central da Secretaria de Educação, que ficou responsável por, em média, 10 escolas. Este mentor trabalhou junto às escolas para preparar um diagnóstico de seus desafios, como baixo desempenho acadêmico, repetência, indisciplina, falta de motivação ou evasão escolar. Com base no diagnóstico, as escolas propuseram um plano inovador para melhorar os resultados educacionais visados. O mentor, então, trabalhou conjuntamente com a escola para traduzir o diagnóstico e o projeto proposto em um plano de implementação detalhado que foi revisado pela Secretaria de Educação.

  1. escrita e leitura, que incluíram atividades como estudo de clássicos da literatura brasileira, publicação de jornais escolares, emissão de rádio escolar, montagem de peças de teatro, organização de feiras de livros e concursos de poesia;
  2. comunicação, mídia e cultura, que tinham por objetivo apresentar aos alunos as ferramentas digitais e dar aos professores a oportunidade de usar novas tecnologias e mídias sociais, e incluíram atividades como o desenvolvimento de videogames e aulas de robótica;
  3. cultura e artes, que incluíram diferentes formas de expressão cultural e artística, como pintura, grafite, dança, teatro, cinema e música.

Em seguida, as propostas receberam um montante fixo de financiamento para a execução dos seus projetos, o qual variou de 30.000 a 45.000 reais (valores de 2015), dependendo do número de turmas incluídas. As escolas só podiam gastar os fundos em insumos diretamente relacionados ao projeto proposto. Por meio de visitas subsequentes e acompanhamento remoto, os mentores apoiaram de perto a implementação dos projetos.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo para discussão listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa sobre alunos do 6º ano em escolas que elaboraram projetos em 2015, os implementaram em 2016 e participaram das coletas de dados subsequentes:

  • aumento de 17% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 - isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100. em um indicador de conscienciosidade, uma habilidade socioemocional ligada à capacidade de organização, à predisposição ao trabalho duro e à responsabilidade diante de tarefas, ao final da implementação [1];
  • aumento de 20% de um desvio padrão em um indicador de extroversão, também coletado ao final da implementação [1];
  • redução de 21% na rotatividade dos professores, no ano de implementação do programa [1];
  • aumento de 18% de um desvio-padrão na nota de um exame padronizado de Matemática, e de 16% de um desvio-padrão na nota de Língua Portuguesa, de 10% de um desvio-padrão na nota de Ciências Humanas e, por fim, de 12% de um desvio-padrão na nota em Ciências Naturais, todas realizadas após 1 ano de implementação do programa [1];
  • aumento de 13% nas taxas de aprovação [1];
  • os efeitos descritos acima foram maiores entre escolas que, ao início do ano letivo, tinham registros de alta rotatividade dos professores nos anos anteriores, e entre os melhores alunos [1].

Em todas as dimensões acadêmicas descritas acima, não foram encontrados efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. para alunos que participaram do programa no 5º ano do Ensino Fundamental I e no 1° ano do ensino médio [1].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

Piza, C., Zwager, A., Ruzzante, M., Dantas, R., & Loureiro, A. (2020). Supporting Teacher Autonomy to Improve Education Outcomes: Experimental Evidence from Brazil. World Bank Policy Research Working Paper.

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