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Programa de Visitas Domiciliares no Primeiro Ano de Vida na Dinamarca

Publicado em 25/02/2023
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Qual o objetivo?

Promover práticas de saúde e universalizar o acesso à atenção básica em saúde durante o primeiro ano de vida.

Onde e quando?

O programa foi desenvolvido e implementado de forma universal a partir de 1937 na Dinamarca, como resposta às altas taxas de mortalidade infantil que, na época, eram de aproximadamente 65 a cada mil crianças.

Como é o desenho?

O programa tinha focalização universal e atribuía a cada mãe de recém-nascido uma enfermeira que, durante o primeiro ano de vida, realizava aproximadamente 10 visitas ao domicílio. Durante essas visitas, esta enfermeira encorajava as mães a aleitarem suas crianças e a manterem o ambiente limpo, dando instruções a respeito dos cuidados higiênicos com o bebê, além de servirem como ponto de contato para tratamento médico mais especializado nos casos de doenças. Por fim, estas enfermeiras também forneciam informações relativas à saúde que poderiam ser utilizadas pela mãe na próxima gestação.

O programa foi implementado a nível local e a implementação seguiu diretrizes para que ocorresse de forma uniforme nas diferentes localidades. Além disso, estas diretrizes pautaram o monitoramento das enfermeiras que realizavam relatórios sobre seu trabalho junto às famílias contempladas.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, nos artigos listados na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa nos anos subsequentes à adesão dos municípios dinamarqueses:

  • aumento na taxa de sobrevivência de crianças, de 0,5% no primeiro ano, e de 1,6% no quarto ano, o que equivale a 5 vidas por 1.000 nascidos vivos e 16 vidas por 1.000 nascidos vivos, respectivamente [1];
  • os resultados acima foram gerados, principalmente, por uma redução das taxas de mortalidade infantil por doenças infecciosas, como diarreia, para a qual houve uma redução de 17% no horizonte temporal de implementação do programa [1];
  • aumento de 0,4% na taxa de sobrevivência até os 64 anos, propulsionado por uma redução de 3% na taxa de diagnósticos por doenças cardiovasculares entre as idades de 45 e 64 anos [2];
  • não foram encontradas evidências de que os efeitos descritos acima foram acompanhados por efeitos positivos nos anos totais de estudo alcançados, salários, e escolha ocupacional dos indivíduos afetados [2].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Wüst, M. (2012) Early Interventions and Infant Health: Evidence from the Danish Home Visiting Program. Labour Economics, 19(4), 484-495.
  2. Hjort, J., Sølvsten, M., & Wüst, M. (2017). Universal Investment in Infants and Long-Run Health: Evidence from Denmark’s 1937 Home Visiting Program. American Economic Journal. Applied Economics, 9(4), 78.

Estamos trabalhando para que as páginas contemplem toda a evidência documentada sobre o tema e estejam sempre atualizadas. Se você quiser sugerir algum artigo, entre em contato.