Programa de Incentivos Monetários para Escolas e Professores em Nova Iorque

O sistema de incentivos foi implementado de 2007 a 2010 na cidade de Nova Iorque, no contexto de um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". envolvendo 396 escolas

O programa teve duração de 3 anos e foco em escolas de baixo desempenho que ofertavam os anos de 1° a 9° e do Ensino Médio. A ideia central foi a de criar, para essas escolas, um indicador agregado baseado em métricas relacionadas à performance em exames padronizados e ao clima escolar e vincular transferências monetárias ao cumprimento de metas educacionais. O indicador foi computado usando os seguintes critérios:

1.  evolução do aprendizado: 60% da pontuação, com base:
   • na mudança média em exames padronizados estaduais e na porcentagem de alunos no tercil inferior da distribuição de notas em um ano que tiraram notas acima da mediana do exame no ano seguinte, para escolas que ofereciam turmas de 1° a 9° ano;
   • na porcentagem de alunos que passaram em exames padronizados de Língua Inglesa, Matemática, Ciências da Natureza, História dos Estados Unidos, e História Geral, e na porcentagem de alunos no tercil inferior da distribuição de notas que cumpriram mais de 10 créditos escolares, para escolas que ofereciam turmas de Ensino Médio;
2. nível do aprendizado: 25% da pontuação, com base:
   • na nota média em exames padronizados, e na porcentagem que atingiram o nível adequado, para escolas que ofereciam turmas de 1° a 9° ano;
   • na porcentagem de alunos que tinham concluído o Ensino Médio em 4 ou 6 anos, e em suas notas em exames padronizados para a etapa, para escolas que ofereciam turmas de Ensino Médio;
3. clima escolar: 15% da pontuação, com 5% atribuído à frequência escolar e 10% atribuído ao ambiente da escola com base em questionários aplicados aos alunos, pais e professores.

Anualmente, metas com relação à evolução desses indicadores foram computadas de acordo com percentis da distribuição de escolas similares. As escolas que bateram 100% (75%) das metas de evolução receberam 3.000 (1.500) dólares por professor registrado no sindicato local. Assim, por exemplo, uma escola com 60 professores registrados – que era a média na amostra de escolas do estudo – e que batesse 100% das metas receberia 180.000 dólares. Foi requerido que cada escola criasse um comitê de decisão sobre a distribuição dos recursos, e a única limitação imposta pela autoridade central educacional foi de que eles não fossem distribuídos por senioridade.

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal do programa:

• 16% das escolas recusaram participar do sistema de incentivos, e evidências qualitativas de grupos focais sugerem que a motivação principal tenha sido o receio de que isso aumentaria consideravelmente sua carga normal de trabalho [1];
• a maior parte das escolas decidiu por uma distribuição de recursos que premiava igualmente professores que ocupavam posições similares nas escolas, e a maior parte das escolas que bateram as metas distribuíram por volta de 3.000 dólares por professor [1];
• não foram encontradas evidências de efeitos nas notas dos alunos nos exames padronizados usados para cômputo do indicador agregado, durante os 3 anos de operação do programa, e há, na realidade, evidência de que o sistema de incentivos tenha tido efeitos negativos nessa margem, embora as estimativas tenham magnitude pequena e sejam imprecisamente estimadasDiz-se que um resultado estatístico é imprecisamente estimado quando ele também é consistente com valores distantes de um valor de referência (por exemplo, 0), após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos de uma população. [1];
• também não foram encontradas evidências de efeito sobre frequência escolar, notas em provas, indicadores de eventos disciplinares, ou nas taxas de conclusão do Ensino Médio, no mesmo horizonte temporal [1];
• por fim, também não foram encontradas evidências de efeitos na taxa de absenteísmo dos professores das escolas contempladas, na taxa de retenção dos professores, ou em variáveis que descreviam a qualidade do ambiente de aprendizado da escola [1].