Participação Comunitária e Planos de Ação para Postos de Saúde em Uganda
Participação Comunitária e Planos de Ação para Postos de Saúde em Uganda
Qual era o objetivo?
Aumentar a cobertura e aprimorar a qualidade do cuidado recebido por mães e crianças.
Onde e quando?
A iniciativa foi implementada em 2007, em Uganda, no contexto de um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". envolvendo 25 unidades de saúde, e aproximadamente 2.800 famílias em suas áreas de abrangência.
Como era o desenho?
Um dos principais braços operacionais da atenção primária à saúde em Uganda são postos de saúde integrados por médicos, enfermeiros, e profissionais assistentes. Cada posto provê atendimento sem custo a famílias, com foco em:
- promoção e prevenção em saúde;
- partos e atenção à saúde neonatal;
- enfermaria geral e atendimentos ambulatoriais;
- procedimentos laboratoriais.
A ideia central da iniciativa foi encorajar usuários e servidores públicos a desenvolverem uma visão compartilhada da qualidade desses serviços. O protocolo de implementação seguiu três etapas principais:
- organização de 2 encontros presenciais entre profissionais dos postos de saúde e membros das suas comunidades;
- reunião conjunta entre profissionais de saúde e usuários para formular um plano de ações e definir responsáveis por sua implementação;
- organização de encontro de realinhamento com relação ao plano e monitoramento de progresso, 6 meses após o início da implementação.
O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?
Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências de monitoramento e impacto:
- a iniciativa teve sucesso em mobilizar integrantes das comunidades para os encontros, com participação média de mais de 150 pessoas nos encontros iniciais [1];
- não foram encontradas evidências de que a iniciativa tenha tido efeito positivo ou estatisticamente significanteChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis de 0, após incorporadas à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos e estudos. sobre a utilização dos serviços prestados pelos postos de saúde, processos e práticas de tratamento em saúde — por exemplo, de gestão ou tempo de filas, e práticas recomendáveis durante o pré e o pós-natal —, no horizonte de 2 anos após o início da implementação [1];
- aumento de 20% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável —valores mais altos indicam ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Uma forma de interpretar efeitos medidos na escala de desvios-padrão, que é usada para tornar comparáveis provas usadas em diferentes contextos, é: "A cada aumento de 10% de um desvio-padrão equivale, aproximadamente, um salto de 4 posições a partir do aluno mediano (isto é, na posição 50)". Um aumento de 30% de um desvio-padrão, por exemplo, equivaleria a passar da posição 50 para a posição 62 (isto é, 30%/10% x 4 posições). Essas aproximações se tornam menos precisas para efeitos muito grandes. em um indicador normalizado de peso-por-altura, para crianças de 0 a 12 meses, e de 11% de um desvio-padrão no mesmo indicador para crianças de 1 a 5 anos e 11 meses [1];
- não foram encontradas evidências de efeitos expressivos na taxa de mortalidade infantil, também no horizonte de 1 ano e meio após o início da implementação do estudo [1];
- uma intervenção implementada dois anos antes, em outras regiões de Uganda — e que acrescentava às reuniões iniciais dados concretos sobre a qualidade dos serviços em saude — teve efeitos mais expressivos sobre comportamentos e variáveis de resultado [1].¹
- Os dados fornecidos foram criados a partir de uma pesquisa primária feita nos locais, e integravam: (i) tempo médio de fila para atendimento; (ii) disponibilidade de medicamentos; (iii) relatos de cobrança ilegal por atendimentos; (iv) relatos de motivos para não ter dado à luz ou para não realizar acompanhamento de pré-natal. A informação apresentou contrastes entre a perspectiva do usuário e a perspectiva dos profissionais da saúde, em cada indicador, em cartazes.
Quais as fontes da informação?
- Björkman Nyqvist, M., De Walque, D., & Svensson, J. (2017). Experimental Evidence on the Long-Run Impact of Community-Based Monitoring. American Economic Journal: Applied Economics, 9(1), 33-69.
Políticas e Programas Relacionados
Mobilização Comunitária, Atenção à Saúde e Planejamento Familiar no Estudo Navrongo em Gana
Desenvolver estratégias locais para a provisão de serviços de saúde reprodutiva e de cuidados a mães e seus bebês, reduzindo as taxas de mortalidade e de fecundidade na população.
Atenção Primária à Saúde Materno-Infantil e Proteção Social no Programa Chile Crece Contigo
Apoiar famílias vulneráveis em uma trajetória de superação da pobreza alinhada ao desenvolvimento integral na primeira infância.
Programa Bidan Di Desa de Planejamento Familiar e Atenção Primária à Saúde na Indonésia
Reduzir a morbidade e mortalidade materna em regiões com baixa cobertura de serviços de saúde.