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Incentivos Financeiros e Monitoramento nos Centros de Educação da ONG Seva Mandir em Udaipur

Publicado em 04/03/2024 Atualizado em 01/10/2024
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Qual era o objetivo?

Aumentar o engajamento dos professores para aumentar os níveis de aprendizado.

Onde e quando?

O sistema de monitoramento e incentivos foi adotado entre 2003 e 2005 por centros educacionais informais ligados à ONG Seva Mandir, em Udaipur, Rajastão, na Índia, no contexto de um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". envolvendo aproximadamente 2.000 crianças em 120 centros.

Como era o desenho?

As medidas para monitoramento de frequência dos professores tiveram por foco centros informais de educação que contemplavam crianças em idades de 7 a 10 anos e vigência de aproximadamente 2 anos e meio.

A ONG Seva Mandir forneceu a cada professor uma câmera fotográfica e instruções para que fossem tiradas fotografias conjuntas do professor e dos outros alunos no início e no fim de cada dia de aula.

Foi introduzido então um novo sistema de fixação da remuneração, em que os professores ganharam um adicional sobre seu salário base de 1.000 rupias um bônus de 50 rupias, para cada dia adicional acima de 20 dias e receberam uma multa de Rs. 50 para cada dia abaixo de 20 dias (no sistema de contagem, feriados e dias de formação, cerca de 3 dias por mês, eram automaticamente creditados como dias de trabalho). Assim, por exemplo, um professor que comparecesse por 23 dias aos centros em um determinado mês tinha um aumento de 15% na sua remuneração.

O que as evidências sugerem?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do sistema:

  • aumento de 27% (ou 21 pontos percentuais) na taxa de professores que se encontravam presentes nos centros em dias de aula, nos 2 anos e meio de vigência, representando uma diminuição de 50% na taxa de absenteísmo [1];
  • aumento de 13% a 15% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável — valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições com um grau alto de simetria em torno da média, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50: caso interpretemos o conjunto de pessoas na amostra como uma fila de 100 pessoas, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivaleria a passar da posição 50 para a posição 54. Um aumento maior, de 30% de um desvio padrão equivaleria a passar da posição 50 para a posição 62. nas notas em um exame padronizado de Matemática e de 13% a 19% de um desvio-padrão nas notas em um exame padronizado de Língua, aplicados 6 meses após a implementação [1];
  • aumento de 18% a 21% de um desvio-padrão nas notas em um exame padronizado de Matemática e de 14% a 16% de um desvio-padrão nas notas em um exame padronizado de Língua, aplicados aproximadamente 1 ano 3 meses após o início da implementação [1];
  • os efeitos descritos acima foram particularmente pronunciados no grupo de alunos que já sabiam escrever quando do início da implementação [1];
  • aumento de 11% (ou 6 pontos percentuais) na taxa de alunos que atingiram o nível mínimo de habilidades de escrita para realizar uma avaliação desta competência, ainda aproximadamente 1 ano 3 meses após o início da implementação [1];
  • não foram encontrados efeitos significantes nas taxas de evasão escolar nas escolas que implementaram o novo sistema [1];
  • aumento de 62% (ou 10 pontos percentuais) na taxa de alunos que obtiveram sucesso no processo de admissão para escolas públicas quando chegaram à idade adequada [1];

Quais as fontes da informação?

  1. Duflo, E., Hanna, R., & Ryan, S. P. (2012). Incentives Work: Getting Teachers to Come to School. American Economic Review, 102(4), 1241-1278.

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