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Extensão da Duração da Licença Maternidade no Canadá em 2000

Publicado em 09/04/2024 Atualizado em 18/06/2024
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Qual o objetivo?

Apoiar as mães no cuidado de seus filhos recém-nascidos, aumentando o tempo de recuperação do parto e de dedicação ao bebê.

Onde e quando?

A extensão do período de licença foi induzida por legislação nacional, e adotada pelas províncias do Canadá no início da década de 2000. Os resultados abaixo se referem a estudos observacionaisOs estudos observacionais analisam dados coletados em situações em que os pesquisadores não têm controle sobre a exposição de indivíduos à política ou programa social, permitindo apenas a observação das associações entre variáveis em contextos naturais. Nesse tipo de estudo, as diferenças observadas entre os grupos podem ser influenciadas por fatores que limitam a capacidade de estabelecer relações causais diretas entre o programa e os resultados observados. As metodologias não-experimentais listadas nas tags da página são formas tipicamente escolhidas para contornar esse problema! que usam dados de mães e crianças nascidas no período anterior e posterior à reforma em todas as províncias do país, com a exceção de Québec.

Como é o desenho?

A reforma teve como foco mães vinculadas a um emprego durante a gestação e que deram à luz a seus bebês após o dia de 30 de dezembro de 2000. Ela uniformizou o período de licença maternidade com compensação parcial e proteção ao emprego vigente nas províncias do país, estendendo-o de aproximadamente 6 meses para 1 ano.¹ A remuneração salarial durante a licença era e continuou sendo fixada em 55% do salário médio nos 6 meses anteriores à saída. Além disso, a reforma reduziu o número de horas de trabalho necessárias no ano anterior ao pedido de licença, de 700 para 600 horas.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, nos artigos listados na seção abaixo, as seguintes evidências do impacto causal da medida de extensão:

  • aumento de 3 a 3,5 meses no tempo em que as mães estiveram em licença maternidade [1];
  • aumento de 39% a 46% (ou de 7,7 a 9,1 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais. Por exemplo, se uma variável binária tem média de 10%, um efeito de 5 pontos percentuais representa aumento de 50%.) na taxa de mães que amamentaram de forma exclusiva seus bebês por mais de 6 meses [1];
  • não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. em um indicador de sintomas depressivos das mães, quando observadas nos dois primeiros anos de vida de seus bebês [1];
  • redução de 40% a 47% (ou de 1,4 a 2,4 pontos percentuais) na incidência de asma e de 40% a 43% (ou de 2,8 a 3 pontos percentuais) na incidência de alergias, para crianças de 7 a 24 meses afetadas pelas reformas, embora haja evidências menos sistemáticas de efeitos em outras dimensões de saúde física das crianças, como peso e de outras condições crônicas [1];
  • não foram encontradas evidências sistemáticas de efeitos estatisticamente significantes em indicadores de práticas parentais responsivas, punitivas, ou em um indicador de disfuncionalidade familiar [2];
  • também não há evidência robusta de que a uniformização e extensão da duração das licenças tenha tido impactos sobre variáveis que caracterizavam o temperamento ou o desenvolvimento motor e socioemocional de crianças de 7 meses a 2 anos afetadas pela reforma [2];
  • por fim, também não foram encontradas evidências robustas de que crianças de 4 a 5 anos tenham sido uniforme e positivamente impactadas pela reforma em termos de indicadores de desenvolvimento cognitivo — como vocabulário e numeracia — e de desenvolvimento socioemocional — como agressividade e de hiperatividade [3,4].
  1. Antes da instituição da lei nacional, os períodos variavam de 18 semanas, em Alberta, até 35 semanas em Ontario.

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Baker, M., & Milligan, K. (2008). Maternal Employment, Breastfeeding, and Health: Evidence from Maternity Leave Mandates. Journal of Health Economics, 27(4), 871-887.
  2. Baker, M., & Milligan, K. (2010). Evidence from Maternity Leave Expansions of the Impact of Maternal Care on Early Child Development. Journal of Human Resources, 45(1), 1-32.
  3. Baker, M., & Milligan, K. (2015). Maternity Leave and Children’s Cognitive and Behavioral Development. Journal of Population Economics, 28, 373-391.
  4. Baker, M., & Milligan, K. S. (2011). Maternity Leave and Children’s Cognitive and Behavioral Development. National Bureau of Economic Research Working Paper.
  5. Baker, M., & Milligan, K. (2008). How Does Job-Protected Maternity Leave Affect Mothers’ Employment?Journal of Labor Economics26(4), 655-691.
  6. Hanratty, M., & Trzcinski, E. (2009). Who Benefits From Paid Family Leave? Impact of Expansions in Canadian Paid Family Leave on Maternal Employment and Transfer Income. Journal of Population Economics, 22, 693-711.

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