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Campanha Escolar de Informação sobre Risco Relativo à Contração do HIV no Quênia
Campanha Escolar de Informação sobre Risco Relativo à Contração do HIV no Quênia
Qual o objetivo?
Diminuir a incidência de HIV/AIDS entre adolescentes.
Onde e quando?
A campanha ocorreu em 2004 em escolas de dois distritos rurais do oeste do Quênia, Bungoma e Butere/Mumias.
Como é o desenho?
A campanha consistiu no fornecimento de informação a adolescentes do 8º ano sobre a prevalência do HIV, desagregada por faixa etária e sexo. Tais informações normalmente não são dadas aos adolescentes por seus professores, mesmo nas escolas que incluem o currículo oficial de HIV.
A campanha foi conduzida por profissionais treinados pela organização não-governamental International Child Support, que visitou cada uma das escolas e, com a autorização dos professores, interagiu com os alunos por um período de 40 minutos. No início do período, os alunos foram solicitados a preencher uma pesquisa anônima para determinar o quanto eles sabiam sobre a distribuição do HIV na população queniana. Após a pesquisa, os alunos assistiram a um vídeo educacional de 10 minutos sobre homens mais velhos que tentam ter relações sexuais com adolescentes. O foco do vídeo nesse grupo de homens deveu-se ao fato de que eles possuem altas chances de transmitir o vírus para as jovens.
No vídeo, chamado “Sara: The Trap” (ou "Sara: A Armadilha", em tradução livre para o português), a personagem Sara é abordada por Mbutu, um comerciante local, que tenta se relacionar sexualmente com ela. Na ocasião, e como forma de convencê-la, Mbutu se oferece para pagar os estudos de Sara, além de outros presentes. Na escola, Sara conta aos amigos o que aconteceu, e as meninas no pátio da escola exibem presentes que receberam ao se envolver em situações desse tipo. Mais tarde, Sara vai ao mercado para fazer compras, e Mbutu tenta convencê-la a encontrá-lo naquela noite com presentes. Mas, com a ajuda de seus amigos, Sara é capaz de sabotar o plano de Mbutu de estuprá-la e expô-lo a seus colegas aldeões.
A exibição do vídeo foi seguida de uma discussão aberta sobre sexo. Durante a discussão, os profissionais ligados ao projeto compartilharam os resultados de estudos realizados no Quênia, Zâmbia e Zimbábue sobre o papel do sexo entre gerações na disseminação do HIV. Em particular, o oficial escreveu na lousa as taxas detalhadas de prevalência do HIV, desagregadas por gênero e faixa etária, na cidade vizinha de Kisumu, uma cidade bem conhecida pelos estudantes. De acordo com a política do governo queniano, os funcionários do projeto que conduzem o programa não forneceram informações sobre preservativos nem demonstraram como usar preservativos, mas responderam cientificamente às perguntas dos alunos sobre o uso dos mesmos.
O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?
Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal da campanha em adolescentes matriculados nas escolas participantes:
- redução de 28% na taxa de meninas que engravidaram no período de um ano que se seguiu à intervenção, sugerindo uma diminuição expressiva na ocorrência de sexo desprotegido [1];
- redução de 45% na incidência de sexo inseguro com parceiros mais velhos (5 ou mais anos) [1];
- redução de 62% na incidência de gestações iniciadas na relação com parceiros mais velhos (5 ou mais anos) [1];
- uma intervenção no mesmo contexto e que deu cursos de formação a professores de escolas primárias sobre o currículo nacional de prevenção do HIV – que promovia a abstinência até o casamento – não teve efeito sobre as dimensões descritas acima, o que sugere que adolescentes respondem mais a informações sobre riscos na vida sexual do que a mensagens de abstinência
Quais as fontes bibliográficas dessa informação?
- Dupas, P. (2011). Do Teenagers Respond to HIV Risk Information? Evidence from a Field Experiment in Kenya. American Economic Journal: Applied Economics, 3(1), 1-34.
Material complementar
Eixos de busca
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