Programa de Desenvolvimento Socioemocional Infantil do Montreal Longitudinal Experimental Study

Data de publicação: 28/03/2022

Data da última atualização: 02/12/2022

Qual o objetivo?

Aprimorar o autocontrole e as habilidades sociais de meninos que moravam em áreas de alta vulnerabilidade social e apresentavam problemas de comportamento na escola.

Onde e quando foi implementado?

O programa foi implementado em 1984 na cidade de Montreal, Canadá.

Como é o desenho?

O programa teve por foco meninos de 7 a 9 anos de idade, residentes em áreas de alta vulnerabilidade social, que apresentavam, segundo avaliação de seus professores, problemas de comportamento.

Durante 2 anos foram realizadas 19 sessões com diversas atividades voltadas ao desenvolvimento socioemocional nas escolas, desenvolvidas e facilitadas por uma equipe de profissionais de puericultura, uma assistente social e uma psicóloga. As sessões foram realizadas em pequenos grupos, que incluíam 1 menino com problemas de comportamento e 3 ou 4 que não se enquadravam como crianças com problemas de comportamento.

O primeiro ano do programa foi dedicado ao aprimoramento de habilidades sociais – por exemplo, aprender a como fazer perguntas ao próximo de modo mais educado. Já o segundo ano foi dedicado ao autocontrole – por exemplo, ensiná-los a como reagir a provocações, como se controlar quando se está zangado, ou como identificar as intenções dos outros colegas.

Além disso, o programa também preconizou a participação dos pais, que receberam treinamento em educação infantil por meio de visitas domiciliares, para revisar e reforçar em casa os princípios ensinados na escola.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo para discussão listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do programa entre os alunos que receberam a intervenção:

  • aumento de 17% de um desvio padrão em um indicador de confiança e de capacidade de assumir a perspectiva de outras pessoas, no início da adolescência (de 10 a 13 anos) - um efeito que tornou os alunos-alvo do programa 62% mais próximos de seus colegas que não foram classificados como tendo problemas de comportamento [1];
  • aumento de 15% de um desvio-padrão em um indicador de controle de comportamentos agressivos - como brigar, intimidar os colegas e destruir objetos -, também no início da adolescência, - um efeito que tornou os alunos-alvo do programa 36% mais próximos de seus colegas que não foram classificados como tendo problemas de comportamento [1];
  • aumento de 19% de um desvio-padrão em um indicador de controle de atenção-impulso - isto é, controle no comportamento impulsivo em tarefas que exigem autocontrole (ficar quieto, permanecer em tarefas, e ter a capacidade de se focar) -, ainda no início da adolescência - um efeito que tornou os alunos-alvo do programa 57% mais próximos de seus colegas que não foram classificados como tendo problemas de comportamento [1];
  • não foram observados, no mesmo horizonte temporal dos resultados descritos acima, efeitos estatisticamente significantes em habilidades socioemocionais como autoestima e altruísmo, nem notas em provas na escola ou repetência [1];
  • aumento de 18% de um desvio-padrão no mesmo indicador de confiança e de capacidade de assumir a perspectiva de outras pessoas descrito acima, no fim da adolescência (de 14 a 17 anos) - um efeito que tornou os alunos-alvo do programa 68% mais próximos de seus colegas que não foram classificados como tendo problemas de comportamento [1];
  • aumento de 18% de um desvio-padrão no mesmo indicador de controle de comportamentos agressivos descrito acima, mais uma vez no fim da adolescência (de 14 a 17 anos) - um efeito que tornou os alunos-alvo do programa 61% mais próximos de seus colegas que não foram classificados como tendo problemas de comportamento [1];
  •  houve, no fim da adolescência, um aumento de 29% de um desvio-padrão em notas obtidas na escola e uma redução de 14 pontos percentuais na taxa de alunos que tinham repetido algum ano na escola, embora não tenham sido encontrados efeitos sobre estas variáveis no início da adolescência [1];
  • redução de 1 crime no número total de crimes cometidos no início da vida adulta (18 a 23 anos), que foi impulsionada por reduções no envolvimento com crimes não violentos (por exemplo, delitos associados à posse de drogas) - um efeito cuja magnitude tornou os alunos-alvo do programa 80% mais próximos de seus colegas que não foram classificados como tendo problemas de comportamento no início do programa [1];
  • aumento de 56% na taxa de alunos que receberam um diploma no ensino médio [1];
  • aumento de 69% na probabilidade de pertencer a um grupo civil ou social [1].
De onde vem essa informação?
  1. Algan, Y., Beasley, E., Vitaro, F., & Tremblay, R. E. (2014). The Impact of Non-Cognitive Skills Training on Academic and Non-academic Trajectories: From Childhood to Early Adulthood. Sciences Po Working Paper.


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