Política de Ação Afirmativa da Universidade Federal do Espírito Santo

Data de publicação: 06/10/2022

Data da última atualização: 14/12/2022

Qual o objetivo?

Aumentar a admissão de candidatos egressos do ensino médio público e oriundos de famílias mais pobres, considerados como grupos sub-representados no corpo discente da universidade.

Onde e quando foi implementado?

A política foi implementada em 2007, afetando os inscritos para o vestibular de 2008, que serviu como base de admissão, no mesmo ano, para matrícula na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), no município de Vitória, localizado no estado do Espírito Santo, Brasil.

Como é o desenho?

A política, que foi implementada por regulação da própria universidade, consistiu em uma reserva de 40% das vagas de cada curso para candidatos que tinham concluído o ensino médio em escola pública e tinham estudado por 4 anos em escolas públicas durante o processo integral de escolarização. Um critério adicional de renda, que era verificado mediante apresentação de documentação, excluía a reserva para alunos oriundos de famílias que tinham renda maior do que 7 salários mínimos mensais.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo para discussão listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal da política de cotas entre os inscritos no processo seletivo da UFES no ano de 2008:

  • os alunos que entraram na UFES devido à política eram oriundos de famílias de estratos socioeconômicos mais baixos: por exemplo, enquanto 58% dos candidatos que teriam sido admitidos na ausência da política (mas não foram devido à política) tinham algum parente que tinha passado pela universidade, esse número cai para 16% entre o grupo de inscritos que foi admitido devido à política [1];
  • a política também alterou o perfil racial dos ingressantes: enquanto 39% dos candidatos que teriam sido admitidos na ausência da política (mas não foram devido à política) eram de minorias raciais, esse número sobe para 51% entre o grupo de inscritos que foi admitido devido à política [1];
  • por fim, os alunos que entraram devido à política tinham nota mais baixa, em 20% de um desvio padrão, no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) do que os alunos que teriam sido admitidos na ausência da política [1];
  • aumento de 9,4% (2,8 pontos percentuais) na taxa de alunos oriundos de escolas públicas que se inscreveram para o vestibular optando por um dos 5 cursos de maior nota de corte na UFES (Medicina, Farmácia, Engenharia da Computação, Engenharia Ambiental, e Direito) [1];
  • aumento de 114% (2,2 pontos percentuais) na taxa de alunos que satisfaziam os critérios para reserva de vagas e que foram aceitos depois de se inscreverem para o vestibular optando por um dos cursos listados acima [1].
De onde vem essa informação?
  1. Melo, A. P. (2021). Affirmative Action, College Access and Major Choice. Unpublished Manuscript.


Estamos trabalhando para que as páginas contemplem toda a evidência documentada sobre o tema e estejam sempre atualizadas. Se você quiser sugerir algum artigo, entre em contato.

Políticas e Programas Relacionados

Sistema de Seleção Unificada (Sisu) no Ensino Superior no Brasil

Expandir o acesso ao ensino superior pela redução dos custos de inscrição em múltiplos processos seletivos, estimular a mobilidade territorial dos participantes, e induzir a unifor...


Políticas de Ação Afirmativa no Ensino Superior Público Estadual do Rio de Janeiro

Diminuir as disparidades econômicas, sociais e educacionais entre pessoas de diferentes grupos sociodemográficos e econômicos.


Política de Ação Afirmativa da Universidade do Estado da Bahia

Diminuir as disparidades econômicas, sociais e educacionais entre pessoas de diferentes grupos sociais e raciais.


Política de Ação Afirmativa na Universidade de Brasília

Diminuir desigualdades raciais, aumentar a diversidade no campus universitário e sensibilizar a sociedade civil sobre sobre a existência da população negra.


Topo