Transferências de Renda no Plan de Atención Nacional a la Emergencia Social (PANES) no Uruguai
Transferências de Renda no Plan de Atención Nacional a la Emergencia Social (PANES) no Uruguai
Qual era o objetivo?
Promover o alívio imediato da pobreza.
Onde e quando?
O Plan de Atención Nacional a la Emergencia Social (PANES) foi criado em 2005 e descontinuado em 2007, no Uruguai, beneficiando aproximadamente 100 mil famílias. Os resultados abaixo se referem a um estudo observacionalOs estudos observacionais analisam dados coletados em situações em que os pesquisadores não têm controle sobre a exposição de indivíduos à política ou programa social, permitindo apenas a observação das associações entre variáveis em seus contextos naturais. Nesse tipo de estudo, as diferenças observadas entre os grupos podem ser influenciadas por fatores que limitam a capacidade de estabelecer relações causais diretas entre o programa e os resultados observados. que usa dados do universo de famílias uruguaias cujas mulheres passaram por um período de gestação durante o período em que o PANES estava em operação, e que se situavam próximas ao corte usado para definir a elegibilidade ao programa.
Como era o desenho?
O principal componente do PANES foram transferências de renda, que tiveram como características centrais:
- focalização: domicílios 10% mais pobres do país, com ou sem crianças, com coleta primária de dados entre os solicitantes do benefício para construção de um escore preditivo de pobreza extrema;
- magnitude, periodicidade e titularidade: transferências de renda mensais de aproximadamente 25% da renda domiciliar total das famílias titulares do benefício em 2006;
- condicionalidades: não foram formalmente estabelecidas pelo governo até meados de 2007, alguns meses antes da descontinuação do programa;
- ações e programas concomitantes: um cartão eletrônico para compra de alimentos passou a ser distribuído, em meados de 2006, e seu valor mensal variava de 25 a 50% do valor da transferência de renda.
O que as evidências sugerem?
Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e impacto causal do programa:
- 6 a cada 10 gestantes elegíveis foram contempladas pelas transferências de renda durante o período em que o programa estava em operação [1];
- não foram encontrados efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. sobre o número de visitas de acompanhamento pré-natal durante os anos de operação, consistente com a ausência de condicionalidades ligadas à saúde no programa [1];
- aumento de 1% (ou 0,09 pontos) no índice de Apgar de 1 minuto de 0,6% (ou 0,06 pontos) no índice Apgar de 5 minutos de bebês nascidos nas famílias beneficiárias [1];
- aumento de 1% (ou 31 gramasO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em gramas! Por exemplo, um impacto de 30 gramas em bebês que, na ausência da iniciativa, teriam 3 quilos representa um aumento de 1% (=30/3000).) no peso de bebês nascidos nas famílias beneficiárias, com redução de 19% a 25% (ou 1,9 a 2,5 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais! Por exemplo, se uma variável binária teria média de 10% na ausência da iniciativa, um impacto de 5 pontos percentuais representa um aumento de 50% (=5/10).) na taxa de bebês com baixo peso (menos do que 2.500 gramas) [1].¹
- Como não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantes na duração da gestação, o resultado positivo sobre peso ao nascer parece ter sido gerado por maior crescimento intrauterino, sugerindo que o mecanismo atuante tenha sido o aumento o valor nutricional das refeições durante a gravidez.
Quais as fontes da informação?
- Amarante, V., Manacorda, M., Miguel, E., & Vigorito, A. (2016). Do Cash Transfers Improve Birth outcomes? Evidence from Matched Vital Statistics, and Program and Social Security Data. American Economic Journal: Economic Policy, 8(2), 1-43.
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