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Programa Yo Estudio y Trabajo de Aprendizagem no Setor Público do Uruguai

Publicado em 07/03/2024 Atualizado em 25/03/2024
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Qual o objetivo?

Proporcionar uma experiência de vínculo com o mercado de trabalho formal no início da carreira.

Onde e quando?

O programa foi criado em 2012 pelo governo do Uruguai e é organizado anualmente na maioria das cidades do país. Os resultados abaixo se referem a um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". que usa loterias para oferta de vagas do programa feitas entre 2012 e 2014 em locais de alta demanda.

Como é o desenho?

O Yo Estudio y Trabajo tem duração de 1 ano e foco em jovens entre 16 e 20 anos matriculados em alguma instituição educacional, que não tenham trabalhado formalmente por mais de 90 dias consecutivos até a data de sua inscrição.

O programa concede a jovens do grupo-alvo um contrato formal de trabalho em meio período (de 20 a 30 horas por semana, sem horas-extra) em órgãos do setor público. A administração do programa realiza o pareamento dos participantes com posições de trabalho disponíveis. Antes do início do contrato, os jovens contemplados pelo programa participam de oficinas de orientação de 2 dias fornecida e são designados a um supervisor que acompanha seu progresso ao longo do período de estágio.

A remuneração é fixa e equivalia, no período analisado, a cerca de 15 dólares americanos por hora. Os participantes devem trabalhar durante o horário normal de funcionamento do órgão público com o qual são pareados, exclusivamente em trabalhos administrativos, e com a condição de que as horas de trabalho não os impeçam de frequentar a escola. Por fim, os participantes que permanecem no emprego pelo período contratual completo recebem um certificado de trabalho.

O número de participantes do programa em cada localidade depende do número de empregos oferecidos pelas empresas públicas que colaboram com o programa naquela localidade. A partir de 2014, foram introduzidas cotas para garantir a participação de jovens pertencentes a minorias de origem africana (8%), com deficiências (4%) e transgêneros (2%), e, no ano seguinte, jovens de famílias vulneráveis (11%).

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal do programa Yo Estudio y Trabajo para jovens inscritos entre 2012 e 2014:

  • 3 a cada 10 jovens uruguaios se inscreveram no programa, e 7 a cada 10 inscritos e convocados concluíram os estágios e receberam a certificação [1];
  • os 4 principais empregadores do programa foram o banco comercial estatal do Uruguai (contratando 22% dos participantes do programa), a empresa estatal de eletricidade (19%), a empresa estatal de telefonia (9%) e a empresa estatal de petróleo e gás (6%) [1];
  • há evidências qualitativas de que os contratantes apreciam a flexibilidade dos contratos quando comparados aos contratos regulares de trabalho temporário no setor público do país e de que consideram que a participação do órgão no programa melhora sua reputação junto à administração central [1];
  • a taxa de jovens que tinham algum rendimento auferido no mercado de trabalho e a magnitude destes rendimentos mais do que dobraram, durante a extensão do contrato de estágio [1];
  • aumento de 9% (ou 4,1 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais! Por exemplo, se uma variável binária teria média de 10% na ausência da iniciativa, um impacto de 5 pontos percentuais representa aumento de 50%.) na taxa de matrícula em alguma instituição de ensino, sugerindo haver pouco suporte para a hipótese de que a experiência profissional na etapa desviaria os jovens de uma trajetória de investimentos educacionais [1];
  • no entanto, não foram encontrados efeitos estatisticamente significantes sobre a taxa de jovens que estavam inscritos em instituições de ensino superior, de 1 a 4 anos após o término dos estágios [1];
  • aumento de 2,9% (ou 2 pontos percentuais) na taxa de emprego e aumento de 6,2% nos rendimentos auferidos no mercado de trabalho, também de 1 a 4 anos após o término dos estágios, com efeitos particularmente pronunciados sobre ambas as margens no 4º ano [1];
  • há evidências de que os efeitos descritos imediatamente acima sejam resultado de melhorias no acesso mercado de trabalho mas, também, de aumentos dos salários e da produtividade daqueles que estavam empregados (4%) [1];
  • redução de 18% (ou de 5 pontos percentuais) na taxa de jovens que não estudam e nem trabalham (nem-nem), 4 anos após o término dos estágios [1].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Le Barbanchon, T., Ubfal, D., & Araya, F. (2023). The Effects of Working While in School: Evidence from Employment LotteriesAmerican Economic Journal: Applied Economics15(1), 383-410.

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