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Programa Intensivo Nadie es Perfecto de Desenvolvimento de Competências Parentais no Chile
Programa Intensivo Nadie es Perfecto de Desenvolvimento de Competências Parentais no Chile
Qual o objetivo?
Estimular o desenvolvimento na primeira infância por meio da transformação do comportamento dos cuidadores, em direção ao aumento da quantidade e ao aprimoramento da qualidade do tempo e dos recursos materiais disponíveis para as crianças.
Onde e quando?
O programa Nadie es Perfecto (Versão Intensiva, NEP-I) foi implementado em escala no Chile pelo Ministério da Saúde a partir de 2011 como complemento a serviços já existentes de atenção básica a saúde por parte de agentes comunitários.
Como é o desenho?
O programa NEP-I, uma adaptação de um programa canadense chamado Nobody’s Perfect, foi oferecido a cuidadoras de crianças de 0 a 5 anos durante os contatos regulares com o sistema público de saúde (por exemplo, visitas domiciliares ou na aplicação de vacinas em centros de saúde). Embora o programa possa ser aplicado a todos os cuidadores interessados em melhorar as suas competências parentais, a focalização foi direcionada a famílias vulneráveis, como aquelas lideradas por adolescentes ou isoladas geograficamente ou socialmente.
A premissa do programa era de que, para traduzir conhecimento e crenças em mudanças comportamentais reais, os participantes precisam não apenas conhecer as práticas ideais, como também se conectar emocionalmente à maneira como os temas são discutidos com outros pais enfrentando problemas semelhantes. Adicionalmente, assume-se que a mudança comportamental requer uma melhoria na autoimagem dos pais, bem como a percepção de apoio pela rede formada por normas compartilhadas de práticas parentais positivas. Este modelo também promove a criação de profundas relações entre os pais participantes do mesmo grupo, o que poderia potencialmente transbordar de suas vidas fora do grupo. Isso é possível porque todos os pais vivem dentro de uma área relativamente pequena, que é servida pelo centro de saúde que eles participam.
Concretamente, o programa consistiu em um conjunto de 6 a 8 sessões semanais, de aproximadamente 2 horas de duração, guiadas por agente comunitários de saúde. Nessas sessões, grupos de 6 a 12 cuidadoras tiveram discussões baseadas em um modelo de aprendizado por compartilhamento de experiências, guiadas por um currículo semiestruturado que estimulava o envolvimento ativo dos participantes na discussão.
Os principais temas discutidos nas reuniões foram abordados em 5 livros de apoio, distribuídos gratuitamente aos participantes, cujos temas principais eram
- desenvolvimento físico, incluindo tópicos como crescimento, saúde, nutrição e detecção de doenças comuns nos primeiros anos de vida;
- desenvolvimento mental, incluindo tópicos como desenvolvimento cognitivo e emocional, o papel do brincar e formas de estimular a criança de acordo com sua idade e fase de desenvolvimento;
- comportamento, incluindo tópicos como atitudes adequadas diante de problemas comportamentais e estratégias disciplinares positivas;
- segurança e prevenção, destinados a identificar, prevenir e gerenciar riscos de acidentes comuns em casa, incluindo treinamento em primeiros socorros;
- autocuidado dos pais e cuidadores, incluindo atividades para melhorar a sua autoimagem e tópicos como a prevenção da violência doméstica e estratégias de promoção de hábitos mentais saudáveis para adultos.
Após a realização das sessões semanais (que contavam apenas com a participação dos cuidadores), o programa também implementou 2 encontros semanais adicionais com participação das crianças para aprendizado prático de competência parentais.
O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?
Foram documentadas, no artigo para discussão listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal do programa NEP-I:
- apenas 1 a cada 4 cuidadoras frequentaram, eventualmente, alguma das sessões [1];
- aumento de 16% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 — isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100 indivíduos. em um indicador que mede tanto a frequência de atividades de aprendizado e de brincadeiras com crianças quanto a quantidade e a variedade de recursos de estímulo infantil no ambiente doméstico [1];
- aumento de 9% de um desvio-padrão em um indicador de auto-eficácia enquanto cuidadora e redução de 8% em um indicador de práticas disciplinares negativas [1];
- aumento de 10% de um desvio-padrão em um indicador de percepção subjetiva de importância do comportamento do cuidador sobre o desenvolvimento da criança sob sua responsabilidade [1];
- aumento de 10% de um desvio-padrão em um indicador de desenvolvimento cognitivo na primeira infância (que capturava linguagem receptiva) coletado aproximadamente 3 anos após o fim do programa [1];
- aumento de 13% de um desvio-padrão em um indicador de desenvolvimento socioemocional na primeira infância, também coletado aproximadamente 3 anos após o fim do programa [1];
- não foram encontrados, no mesmo horizonte temporal, efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. em outros indicadores de desenvolvimento na primeira infância, capturando problemas de comportamento ou funções executivas [1];
- uma versão menos intensiva do programa, que não incluiu os 2 encontros com participação das crianças para aprendizado prático de competência parentais, teve resultados semelhantes em termos quantitativos [1].
Quais as fontes bibliográficas dessa informação?
- Carneiro, P., E. Galasso, I. Lopez Garcia, P. Bedregal, & M. Cordero. 2019. Parental Beliefs, Investments, and Child Development : Evidence from a Large-Scale Experiment. SSRN Working Paper.
Vídeos
Material complementar
Eixos de busca
Indicador afetado
AutoeficáciaDesenvolvimento cognitivo na primeira infânciaDesenvolvimento socioemocional na primeira infânciaFunções executivasPercepções subjetivas sobre a importância de atividades de estímulo na primeira infânciaPráticas parentais punitivasRecursos de estímulo infantil no ambiente domésticoElementos
Capacitação de funcionáriosSessões de aprendizado prático de brincadeirasSessões grupais de troca de experiências parentaisRegião
América LatinaPaís
ChileEstamos trabalhando para que as páginas contemplem toda a evidência documentada sobre o tema e estejam sempre atualizadas. Se você quiser sugerir algum artigo, entre em contato.
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