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Programa OneGoal de Desenvolvimento Socioemocional e Preparo para o Ensino Superior em Chicago

Publicado em 27/12/2022 Atualizado em 07/05/2024
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Qual o objetivo?

Colaborar para a transição bem-sucedida de estudantes em situação de vulnerabilidade social do Ensino Médio para universidades.

Onde e quando?

O programa OneGoal foi implementado em escolas públicas de Chicago a partir do ano de 2007.

Como é o desenho?

O programa teve duração total de 3 anos, foco em alunos do Ensino Médio, e três componentes principais.

O primeiro componente foi um esforço de triagem e seleção dos alunos-alvo. A inscrição, após a organização de sessões que transmitiram informação sobre o programa, envolveu o preenchimento de um formulário e a entrega de 2 ensaios escritos. Os alunos aprovados com base nessa informação, foram, então, entrevistados e classificados de acordo com seu comprometimento com o processo de inscrição e de acordo com cinco princípios considerados preditivos de liderança: profissionalismo, ambição, integridade, resiliência e desenvoltura.

O segundo componente do programa consistiu em um currículo diário voltado para formação de habilidades cognitivas, e, em especial, àquelas poderiam ter impacto sobre oportunidades de acesso a universidades. Assim, por exemplo, os alunos receberam tutoria diária de professores selecionados e treinados pela equipe que implementava o programa, focada em melhorar suas notas em provas e exames padronizados. Nas aulas destinadas à formação destas habilidades, o programa também organizou visitas a universidades, workshops sobre financiamento estudantil, workshops de treino de escrita para ensaios que seriam entregues para as universidades durante o processo de admissão, e um curso online de preparação para o ACT, um teste de múltipla escolha feito no 2° ano do Ensino Médio que abrange Língua Inglesa, Matemática e Ciências.

O terceiro e último componente do programa foi estruturado em torno de sessões sobre habilidades socioemocionais específicas — como as de definir objetivos e gerir o tempo, a capacidade de trabalhar em equipe, e de autorreflexão —, dando aos alunos oportunidades de desenvolverem essas habilidades ao lidar com a vida escolar e com o processo de admissão em universidades. Por exemplo, em uma das sessões, os alunos foram estimulados a estipular objetivos para as próximas etapas da vida, a construir um plano de ação para alcançá-los, e a reavaliar com frequência se os objetivos foram alcançados. A expectativa dos criadores do programa era de que esse tipo de prática reforçaria o desenvolvimento de habilidades importantes e também contribuiria para o cumprimento de tarefas que teriam importância para o ingresso na universidade.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo para discussão listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa entre os alunos participantes:

  • aumento, entre garotos, de 14% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 - isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100. em um indicador de habilidades cognitivas, contendo informação sobre a nota média global e matérias cursadas, nos anos seguintes à implementação, embora não tenham sido encontrados efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. para o grupo de garotas participantes [1];
  • os efeitos positivos sobre habilidades cognitivas em garotos foram maiores para aqueles com menores habilidades ao início da implementação do programa, sugerindo que o programa diminuiu a dispersão e a desigualdade na variável nesse grupo [2];
  • aumento de 12%, entre garotos, e de 17% entre garotas, de um desvio-padrão em um indicador de habilidades socioemocionais, contendo informação sobre, por exemplo, disciplina em sala de aula e faltas, nos anos seguintes à implementação [1];
  • não foram encontradas, no entanto, evidências de efeitos estatisticamente significantes na taxa de conclusão do Ensino Médio, nem para garotas nem para garotos [1];
  • aumento de 40 a 80% (de 10 a 20 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais. Por exemplo, se uma variável binária tem média de 10%, um efeito de 5 pontos percentuais representa aumento de 50%.) na taxa de garotas que tinham se matriculado na universidade, no período de até três anos após o ano de término do ensino médio, embora não tenha sido encontrado efeito estatisticamente significante sobre a mesma variável para garotos [1];
  • redução de 5 pontos percentuais na taxa de garotos que tinham sido presos pelo menos uma vez, no período de até 3 anos após o ano de término do Ensino Médio, embora não tenha sido encontrado efeito estatisticamente significante sobre a mesma variável para garotas [1];
  • análises estatísticas de mediação sugerem que os efeitos sobre matrícula na universidade e envolvimento com crime documentados acima, são explicados, em aproximadamente 1/3 do total, pelos efeitos em habilidades cognitivas e socioemocionais [1].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Kautz, T., & Zanoni, W. (2014). Measuring and Fostering Non-cognitive Skills in Adolescence: Evidence from Chicago Public Schools and the OneGoal Program. Chicago, IL: University of Chicago. Unpublished Manuscript.

Vídeos

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