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Programa Escolar de Mindset de Crescimento no Ensino Médio da Noruega

Publicado em 15/10/2022 Atualizado em 27/04/2024
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Qual o objetivo?

Construir uma visão mais apurada e otimista sobre o papel do esforço no desenvolvimento de novas habilidades.

Onde e quando?

O programa foi implementado no ano de 2016 em Rogaland, na Noruega, no contexto de um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". envolvendo 385 alunos.

Como é o desenho?

O programa teve como foco alunos do 1° ano do Ensino Médio. A ideia central foi introduzir os alunos ao conceito de neuroplasticidade e convidá-los à reflexão sobre a maleabilidade das habilidades cognitivas (uma postura chamada em psicologia de mindset de crescimento). Em particular, o programa foi estruturado para transmitir as seguintes mensagens:

  1. habilidades intelectuais são maleáveis e, nesse sentido, o cérebro pode crescer e mudar;
  2. trabalho duro e empenho em tarefas desafiadoras criam novas conexões neuronais;
  3. um mindset de crescimento pode ajudar a lidar com as dificuldades enfrentadas na vida;
  4. um mindset do tipo pode ser apropriado para perseguir objetivos pessoais, dando mais sentido ao esforço despendido em tarefas desafiadoras.

Os alunos contemplados participaram de 3 sessões de 45 minutos, no computador, em sala de aula, com um intervalo de 2 semanas entre cada uma das sessões.

A primeira sessão propôs a leitura de um texto apresentado em software desenvolvido pelos implementadores do programa. O software apresentava, com o auxílio de imagens, os resultados de pesquisas sobre o funcionamento do sistema neurológico, e explorava a metáfora de que o cérebro é como um músculo, que fica mais forte quando aprende coisas novas.

A segunda sessão revisitou a metáfora apresentada na primeira sessão, trazendo excertos ilustrativos de cientistas, celebridades e relatos pessoais de jovens que tinham sido expostos às lições do programa no passado. A ideia central foi de tornar mais salientes as mensagens abordadas até então, e também de aproximar o conteúdo de suas vidas cotidianas. Ao final, os alunos foram convidados a selecionar questões de um banco de questões de Matemática e categorizá-las em “fáceis”, “médias”, “difíceis” ou “muito difíceis”, criando para si uma planilha com um plano de estudos para os próximos meses. A terceira sessão, por fim, propôs que os alunos trabalhassem nas questões escolhidas, mobilizando os conhecimentos adquiridos no programa.

O programa também contou com atividades para estimular a internalização das principais mensagens. Assim, foi pedido aos alunos que resumissem, por escrito, as principais mensagens do texto apresentado na primeira sessão e que contassem de que forma o conteúdo se relacionava com a sua vida. Por fim, eles foram instruídos a relatarem que conselhos dariam a um amigo com dificuldades na escola.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo publicado listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa:

  • aumento de 55 a 56% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 — isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100 indivíduos. em um indicador de mindset de crescimento, construído a partir de informação sobre as percepções subjetivas dos alunos de que as habilidades intelectuais são capazes de crescer como resposta ao esforço [1];
  • aumento de 23 a 30% de um desvio-padrão em um indicador de comportamento orientado à busca de desafios, construído a partir de informação sobre o número de questões “difíceis” ou “muito difíceis” escolhidas para a planilha individual de estudos [1];
  • aumento de 19% de um desvio-padrão na nota em um exame padronizado de Matemática, aplicado 3 semanas após o fim da implementação do programa [1];
  • os efeitos descritos imediatamente acima foram encontrados apenas para aqueles alunos que, ao início da implementação, tinham um mindset de crescimento “fixo” e para aqueles que tinham notas baixas na escola [1].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Bettinger, E., Ludvigsen, S., Rege, M., Solli, I. F., & Yeager, D. (2018). Increasing Perseverance in Math: Evidence from a Field Experiment in Norway. Journal of Economic Behavior & Organization, 146, 1-15.

Vídeos

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