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Programa Balsakhi de Reforço Escolar no Ensino Fundamental em Mumbai

Publicado em 20/10/2022
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Qual o objetivo?

Oferecer apoio individualizado a alunos com atraso em alfabetização e habilidades numéricas.

Onde e quando?

O programa Balsakhi (“amigo da criança”, em português) foi implementado, pela primeira vez, em escolas públicas urbanas de Ensino Fundamental I pela ONG Pratham em Mumbai, em 1998, e expandido para Vadodara em 1999, duas das cidades mais importantes do oeste da Índia. Entre os anos de 2001 e 2003, este programa foi implementado no contexto de um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". para avaliação de impacto, também nas cidades de Mumbai e Vadodara.

Como é o desenho?

O programa integrou ao plano de ensino uma professora-extra ou instrutora (chamada de Balsakhi) e teve por foco crianças do 3º e 4º anos que foram identificadas como defasadas em relação aos seus pares.

Estas instrutoras eram, em geral, jovens mulheres recrutadas na comunidade local, que tinham concluído o ensino médio. Elas se reuniram com grupos de aproximadamente 15 a 20 crianças durante 2 horas por dia durante o horário escolar. As aulas concentravam-se nas competências essenciais que as crianças deveriam ter aprendido na primeira e na segunda séries, principalmente habilidades numéricas básicas e alfabetização.

Como forma de uniformizar as práticas pedagógicas, as instrutoras receberam material didático contendo um currículo padronizado, além de terem sido treinadas por 2 semanas para sua implementação no início do ano e terem acesso à assistência contínua.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo publicado e no artigo para discussão listados na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa nos alunos matriculados nas escolas inscritas no programa:

  • aumento de 18% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 - isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100. na nota em provas padronizadas de Matemática no primeiro ano de implementação, e de 35% de um desvio padrão no segundo ano de implementação [1,2];
  • aumento de 8% de um desvio padrão na nota em provas padronizadas de Língua no primeiro ano de implementação, e de 19% de um desvio padrão no segundo ano de implementação [1,2];
  • o impacto descrito acima é cerca de 2 vezes maior para o terço inferior da distribuição inicial de notas, quando comparado ao terço superior, sugerindo que o programa foi, de fato, mais benéfico para as crianças inicialmente defasadas [1,2];
  • aumento de 10% de um desvio padrão nas notas dos alunos defasados 1 ano após o término do programa [1,2];
  • não foram encontradas evidências fortes de que o programa tenha beneficiado os alunos que não foram considerados defasados antes do início da implementação – o que poderia ter ocorrido tanto pela diminuição do número de alunos na sala-de-aula por uma parcela substancial do dia, como consequência de ajustes no conteúdo pedagógico veiculado pelo professor principal [1,2];
  • também não foram encontradas evidências fortes de que o programa tenha realizado seus efeitos por meio de um aumento da frequência escolar [2].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Banerjee, A. V., Cole, S., Duflo, E., & Linden, L. (2007). Remedying Education: Evidence from Two Randomized Experiments in India. The Quarterly Journal of Economics, 122(3), 1235-1264.
  2. Banerjee, A. V., Cole, S., Duflo, E., & Linden, L. (2005). Remedying Education: Evidence from Two Randomized Experiments in India. NBER Working Paper.

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