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Programa Bagrut 2000 de Reforço para Alunos do Ensino Médio em Israel

Publicado em 20/10/2022 Atualizado em 30/03/2024
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Qual era o objetivo?

Fornecer apoio individualizado a alunos com defasagens de aprendizado e aumentar suas chances de admissão no ensino superior.

Onde e quando?

O programa foi implementado pelo Ministério da Educação de Israel nas escolas do país de forma gradual, com priorização de escolas com baixo desempenho, tendo início em outubro de 1999.

Como era o desenho?

A motivação principal do programa foi de aumentar a quantidade de alunos que obtinham o certificado Bagrut – um, dentre dois possíveis, diplomas de ensino médio -, que é um pré-requisito para a admissão na universidade em Israel.

Concretamente, o programa consistiu em aulas de reforço para alunos de baixo desempenho acadêmico (medido pelo número de reprovações e por informações dadas pelos professores) e ofereceu instrução individualizada em pequenos grupos de estudo de até 5 alunos do 1°, 2° e 3° anos do Ensino Médio.

As aulas de reforço eram ministradas pelos próprios professores, fora do horário escolar, e eram estruturadas em torno das necessidades dos alunos em disciplinas nas quais tinham reprovado. Além disso, as aulas também tinham como objetivo melhorar a autoimagem dos alunos participantes e suas aptidões de liderança.

O que as evidências sugerem?

Foram documentadas, nos artigos listados na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal do programa nos alunos matriculados nas escolas que participaram do programa entre 1999 e 2001:

  • aproximadamente 1 a cada 4 alunos de primeiro, segundo ou terceiro anos do ensino médio foram contemplados pelo programa nos anos de implementação [1];
  • aumento de 6% na taxa de alunos que obtiveram o certificado Bagrut, ao final da implementação do programa – sendo este efeito de maior magnitude (22%) nos alunos com defasagens de aprendizado diretamente focalizadas pelo programa [1];
  • não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. sobre os pares dos alunos diretamente contemplados pelo programa, ao final da implementação, isto é, não houve transbordamentoDiz-se que houve transbordamento dos efeitos de uma intervenção quando ela tem efeito sobre outros indivíduos que não foram diretamente contemplados ou afetados. dos efeitos da intervenção [1];
  • aumento de 14% na taxa de alunos que vieram a se matricular no ensino superior, no período de até 15 anos após a implementação do programa [2];
  • aumento de 11% nos anos de escolaridade no ensino superior, também medidos 15 anos após a implementação do programa, embora esses ganhos tenham ocorrido principalmente pela entrada e permanência de alunos contemplados em universidades de qualidade relativamente baixa em Israel [2];
  • aumento de 4% na renda anual auferida no mercado de trabalho e aumento de 1,5% nos meses empregados no ano, também 15 anos após a implementação do programa, entre os alunos diretamente contemplados [2];
  • os efeitos de longo prazo na escolaridade e na trajetória no mercado de trabalho descritos acima foram mais pronunciados entre os alunos oriundos de famílias de estratos socioeconômicos mais baixos [2];
  • redução de 58% em um indicador de persistência intergeracional de renda, baseado na correlação entre a renda de pais e filhos, para os alunos que foram diretamente focalizados e contemplados pelo programa [1].

Quais as fontes da informação?

  1. Lavy, V., & Schlosser, A. (2005). Targeted Remedial Education for Underperforming Teenagers: Costs and Benefits. Journal of Labor Economics, 23(4), 839-874.
  2. Lavy, V., Kott, A., & Rachkovski, G. (2022). Does Remedial Education at Late Childhood Pay Off After All? Long-Run Consequences for University Schooling, Labor Market Outcomes and Inter-Generational Mobility. Journal of Labor Economics, 40(1), 239-282.

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