Programa de Avaliação e Formação de Professores no Chile
Programa de Avaliação e Formação de Professores no Chile
Qual era o objetivo?
Aprimorar a formação de professores para aumentar os níveis de aprendizado.
Onde e quando?
O programa foi criado em 2003 pelo governo do Chile. Em 2011, o sistema de avaliações e regras passou por uma reforma e foram introduzidas medidas mais rigorosas de responsabilização nos casos de baixo desempenho dos professores. Os resultados abaixo se referem a um estudos observacionalOs estudos observacionais analisam dados coletados em situações em que os pesquisadores não têm controle sobre a exposição dos indivíduos à política ou ao programa social, baseando-se na observação das associações entre variáveis em seus contextos naturais. Nesse tipo de estudo, que frequentemente recebe o nome de "experimento natural" ou "quase-experimento", diferenças entre os grupos podem ser influenciadas por fatores que limitam a capacidade de estabelecer relações causais entre o programa e resultados de interesse. Estudos observacionais se apoiam nas metodologias modernas de inferência causal para contornar esse problema, construindo contrafactuais convincentes. que utiliza informação de 2004 a 2010.
Como era o desenho?
O programa teve por foco todos os professores de escola pública e, em particular, os professores de baixo desempenho. Para operacionalização do sistema, os professores passaram por avaliações periódicas mandatórias e professores com desempenho considerado fraco nessa avaliação – aproximadamente no tercil inferior – foram obrigados a participar de oficinas de formação até a próxima avaliação. A avaliação utilizou quatro instrumentos:
- portfólio de ensino: 60% da pontuação, incluiu uma aula gravada em vídeo e um plano de aula detalhado para 8 horas de aula sobre assuntos do currículo, ambos avaliados de forma anônima por professores mais experientes da mesma disciplina e ano do professor avaliado;
- avaliação por pares: 20% da pontuação, a partir de uma entrevista conduzida por um professor treinado de uma escola diferente que leciona na mesma matéria e ano;
- autoavaliação: 10% da pontuação;
- avaliação do supervisor: 10% da pontuação, feita pelo diretor e pelo coordenador pedagógico da escola.
As pontuações finais de avaliação dos professores, variando de 1 a 4, são uma média ponderada desses quatro instrumentos. Os professores são então divididos em quatro categorias (Insatisfatório, Básico, Competente e Excelente) usando cortes fixos.
O componente de formação do programa foi direcionado a professores com desempenho Insatisfatório e Básico, que participaram de cursos de capacitação até a conclusão da próxima avaliação, que ocorre a cada quatro anos. Os cursos foram planejados e operacionalizados pelas secretarias municipais de educação, e financiados pelo Ministério da Educação após avaliação dos projetos de cursos.
O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?
Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento do programa e do seu impacto causal em professores e alunos de professores próximos ao corte utilizado para definir os níveis de insatisfatório e básico:
- os temas dos cursos de capacitação mais citados pelos professores foram o planejamento de aulas (71%), as formas de avaliar de alunos (67%) e a reflexão sobre suas próprias práticas de ensino (53%) e aprimoramento de habilidades pedagógicas (28%);
- há evidências de que os professores melhoraram o desempenho após terem sido considerados como de nível básico ou menos e levados a fazer o curso de capacitação devido a seu desempenho: houve, por exemplo, um aumento de 2,6% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável —valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Uma forma de interpretar efeitos medidos na escala de desvios-padrão, que é usada para tornar comparáveis provas usadas em diferentes contextos, é: "A cada aumento de 10% de um desvio-padrão equivale, aproximadamente, um salto de 4 posições a partir do aluno mediano (isto é, na posição 50)". Um aumento de 30% de um desvio-padrão, por exemplo, equivaleria a passar da posição 50 para a posição 62 (isto é, 30%/10% x 4 posições). Essas aproximações se tornam menos precisas para efeitos muito grandes. na avaliação subsequente e uma redução de 7% (ou 5 pontos percentuais) na taxa de professores que conseguiram alcançar um nível maior do que básico [1];
- no entanto, não há evidências de efeitos consistentes e estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis de 0, após incorporadas à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos e estudos. nas notas em exames padronizados de alunos que tinham professores de nível básico ou menor [1];
- os professores abaixo do corte relataram menor satisfação com o trabalho, o que sugere que, embora o estigma de ser rotulado como um profissional de baixo desempenho leva os professores a dedicarem mais esforço no preparo para suas avaliações de ensino, não há efeitos consistentes sobre aprendizado [1].
Quais as fontes da informação?
- Lombardi, M. (2019). Is the Remedy Worse than the Disease? The Impact of Teacher Remediation on Teacher and Student Performance in Chile. Economics of Education Review, 73, 1-17.
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