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Programa de Avaliação e Formação de Professores no Chile

Publicado em 02/03/2024 Atualizado em 10/04/2024
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Qual o objetivo?

Aprimorar a formação de professores para aumentar os níveis de aprendizado.

Onde e quando?

O programa foi criado em 2003 pelo governo do Chile. Em 2011, o sistema de avaliações e regras passou por uma reforma e foram introduzidas medidas mais rigorosas de responsabilização nos casos de baixo desempenho dos professores. Os resultados abaixo se referem a um estudo observacional que utiliza informação de 2004 a 2010.

Como é o desenho?

O programa teve por foco todos os professores de escola pública e, em particular, os professores de baixo desempenho. Para operacionalização do sistema, os professores passaram por avaliações periódicas mandatórias e professores com desempenho considerado fraco nessa avaliação – aproximadamente no tercil inferior – foram obrigados a participar de oficinas de formação até a próxima avaliação. A avaliação utilizou quatro instrumentos:

  1.  portfólio de ensino: 60% da pontuação, incluiu uma aula gravada em vídeo e um plano de aula detalhado para 8 horas de aula sobre assuntos do currículo, ambos avaliados de forma anônima por professores mais experientes da mesma disciplina e ano do professor avaliado;
  2. avaliação por pares: 20% da pontuação, a partir de uma entrevista conduzida por um professor treinado de uma escola diferente que leciona na mesma matéria e ano;
  3. autoavaliação: 10% da pontuação;
  4. avaliação do supervisor: 10% da pontuação, feita pelo diretor e pelo coordenador pedagógico da escola.

As pontuações finais de avaliação dos professores, variando de 1 a 4, são uma média ponderada desses quatro instrumentos. Os professores são então divididos em quatro categorias (Insatisfatório, Básico, Competente e Excelente) usando cortes fixos.

O componente de formação do programa foi direcionado a professores com desempenho Insatisfatório e Básico, que participaram de cursos de capacitação até a conclusão da próxima avaliação, que ocorre a cada quatro anos. Os cursos foram planejados e operacionalizados pelas secretarias municipais de educação, e financiados pelo Ministério da Educação após avaliação dos projetos de cursos.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento do programa e do seu impacto causal em professores e alunos de professores próximos ao corte utilizado para definir os níveis de insatisfatório e básico:

  • os temas dos cursos de capacitação mais citados pelos professores foram o planejamento de aulas (71%), as formas de avaliar de alunos (67%) e a reflexão sobre suas próprias práticas de ensino (53%) e  aprimoramento de habilidades pedagógicas (28%);
  • há evidências de que os professores melhoraram o desempenho após terem sido considerados como de nível básico ou menos e levados a fazer o curso de capacitação por causa de seu desempenho: houve, por exemplo, um aumento de 2,6% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 - isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100. na avaliação subsequente e uma redução de 7% (ou 5 pontos percentuais) na taxa de professores que conseguiram alcançar um nível maior do que básico [1];
  • no entanto, não há evidências de efeitos consistentes e estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. nas notas em exames padronizados de alunos que tinham professores de nível básico ou menor [1];
  • os professores abaixo do corte relataram menor satisfação com o trabalho, o que sugere que, embora o estigma de ser rotulado como um profissional de baixo desempenho leva os professores a dedicarem mais esforço no preparo para suas avaliações de ensino, não há efeitos consistentes sobre aprendizado [1].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

Estamos trabalhando para que as páginas contemplem toda a evidência documentada sobre o tema e estejam sempre atualizadas. Se você quiser sugerir algum artigo, entre em contato.