Subsídios para Contratação de Profissionais com Formação em Saúde Mental em Escolas Públicas de Minnesota

Aprimorar a capacidade de diagnóstico e a qualidade do cuidado em saúde mental oferecido a crianças e jovens no ambiente escolar.

A iniciativa foi criada em 2001 em Hennepin County, em Minnesota, nos Estados Unidos, e adotada por escolas locais nos anos subsequentes. As informações referem-se a um estudo observacionalOs estudos observacionais analisam dados coletados em situações em que os pesquisadores não têm controle sobre a exposição de indivíduos à política ou programa social, permitindo apenas a observação das associações entre variáveis em seus contextos naturais. Nesse tipo de estudo, as diferenças observadas entre os grupos podem ser influenciadas por fatores que limitam a capacidade de estabelecer relações causais diretas entre o programa e os resultados observados. As metodologias não-experimentais listadas nas tags *Metodologia* da página listam algumas das formas escolhidas para contornar esse problema! que usa dados do universo de escolas e alunos no condado para o período de 2001 a 2019.

O principal componente da política foi a instituição de subsídios estaduais para a contratação e alocação de profissionais de saúde mental dentro das escolas — em especial psicólogos clínicos licenciados, orientadores educacionais com formação em saúde mental, e assistentes sociais com mestrado ou doutorado. As suas principais funções eram:

1. avaliação e diagnóstico de indivíduos em situação de sofrimento ou transtorno mental;
2. treino do corpo pedagógico e administrativo para identificação e encaminhamento de estudantes em questões associadas à saúde mental dos alunos;
3. psicoterapia individual, em grupo e familiar;
4. encaminhamentos para médicos em casos em que se considerava necessidade de prescrição de medicamentos.

Os profissionais foram contratados por agências comunitárias locais e passaram a oferecer cuidados complementares aos já oferecidos nas escolas, sem custo, com ressarcimento pago diretamente à agência comunitária nos casos em que o aluno tinha seguro-saúde — seja privado ou Medicaid — e com subsídio total nos casos em que o aluno não tinha.

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências de monitoramento e impacto causal:

• dados qualitativos sugerem que os subsídios a agências comunitárias de saúde mental foram o ponto de partida para parcerias com distritos escolares em suas áreas de atuação, que iniciou com decisões sobre quais escolas específicas receberiam os novos profissionais [1];
• a expansão do programa gerou aumentos na utilização de serviços em saúde e melhorias em indicadores de agravos em saúde mental nas escolas contempladas, no horizonte de 1 a 5 anos após a adoção do programa:
  • houve, por exemplo, aumento de 7, 1% a 7,6% (ou de 1,3 a 1,4 ponto percentualO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais! Por exemplo, se uma variável binária teria média de 10% na ausência da iniciativa, um impacto de 5 pontos percentuais representa um aumento de 50% (=5/10).) na parcela de crianças e jovens com atendimentos em saúde mental ou que faziam uso de algum medicamento psicotrópico [1];
  • além disso, a taxa de alunos que tinham participado de sessões de psicoterapia aumentou em 1,6 pontos percentuais (ou em 13%O efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais! Por exemplo, se uma variável binária teria média de 10% na ausência da iniciativa, um impacto de 5 pontos percentuais representa um aumento de 50% (=5/10).) e a parcela de alunos que tinham algum diagnóstico relacionado à saúde mental aumentou em 7,3% a 11% (ou de 0,58 a 0,90 ponto percentual) [1];
  • redução de cerca de 15% (ou de 0,38 a 0,53 ponto percentual) na parcela de crianças e jovens que relataram ter tentado tirar a própria vida [1].¹
• não foram encontradas evidências de que o programa tenha tido efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. na frequência escolar dos alunos das escolas contempladas, no horizonte de 1 a 5 anos após a adoção da política [1];
• também não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantes sobre o consumo de drogas, no mesmo horizonte temporal dos resultados acima [1];
• foram encontradas, no entanto, evidências de efeitos em indicadores de comportamentos agressivos e disruptivos nas escolas contempladas:
  • houve, em particular, redução de cerca de 11% (ou de 0,41 a 0,44 ponto percentualO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais! Por exemplo, se uma variável binária teria média de 10% na ausência da iniciativa, um impacto de 5 pontos percentuais representa um aumento de 50% (=5/10).) na parcela de alunos suspensos em algum momento, embora o resultado seja imprecisamente estimadoDiz-se que um resultado estatístico é imprecisamente estimado quando ele também é consistente com valores distantes de um valor de referência (por exemplo, 0), após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos de uma população. [1];
  • além disso, houve redução de cerca de 25% (ou de 0,1 ponto percentual) na taxa de jovens que tinham algum caso iniciado em vara do sistema de justiça, tal como capturado por eventos disciplinas em centros de detenção juvenil [1].
• por fim, não foram encontradas evidências de efeitos positivos ou estatisticamente significantes em indicadores de aprendizado, como notas em exames padronizados de Língua e Matemática [1].