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Implementação da Colorado's Family Planning Initiative (CFPI) nos Estados Unidos

Publicado em 02/06/2025 Atualizado em 08/06/2025
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Qual era o objetivo?

Ampliar o acesso a métodos contraceptivos eficazes para a população de baixa renda e para adolescentes, reduzindo as chances de ocorrência de gravidezes não planejadas.

Onde e quando?

A Colorado’s Family Planning Iniative (CFPI) foi criada em 2009 pela autoridade pública em saúde do estado do Colorado, nos Estados Unidos, e foi descontinuada em 2015. As informações abaixo referem-se a estudos observacionaisOs estudos observacionais analisam dados coletados em situações em que os pesquisadores não têm controle sobre a exposição de indivíduos à política ou programa social, permitindo apenas a observação das associações entre variáveis em seus contextos naturais. Nesse tipo de estudo, as diferenças observadas entre os grupos podem ser influenciadas por fatores que limitam a capacidade de estabelecer relações causais diretas entre o programa e os resultados observados. que usam dados de nascimentos ocorridos nos condados do estado e em outros estados da federação americana.

Como era o desenho?

Com foco na população de baixa renda e em adolescentes, a iniciativa teve três componentes centrais, financiados usando 23 milhões de dólares doados anonimamente à autoridade pública em saúde do estado do Colorado. A ideia central foi usar a rede de clínicas públicas de saúde dedicadas ao planejamento familiar para ampliar o acesso a métodos contraceptivos eficazes, reduzindo as chances de ocorrência de gravidezes não planejadas. Os serviços priorizavam pessoas com renda de até 150% do nível federal de pobreza e adolescentes, embora a CFPI ofertasse os principais serviços para todos os potenciais usuários interessados.

O primeiro componente da iniciativa foi o financiamento da oferta gratuita ou subsidiada de métodos contraceptivos reversíveis de longa duração e alta eficácia — dispositivos intrauterinos (DIUs) e implantes subdérmicos hormonais —, além de laqueaduras e vasectomias para clientes sem cobertura de seguro para esses procedimentos. Os recursos doados foram alocados proporcionalmente para clínicas de saúde com base no número de usuários e no número predito de inserções. O departamento de saúde do estado monitorava mensalmente o número de clientes atendidos e exigia relatórios com explicações e planos de ação caso os objetivos não fossem alcançados.

O segundo componente da iniciativa foi o treinamento de profissionais de saúde em técnicas de inserção e remoção dos DIUs e implantes e no aconselhamento que precedia e sucedia à inserção. O tipo de aconselhamento dado pautou-se por centrar o serviço no cliente, enfatizando a eficácia dos métodos apresentados e a educação sobre a sua segurança. Por fim, para o apoio operacional, o terceiro componente da iniciativa foi o uso de recursos para estruturar oficinas de capacitação das clínicas na nova gestão de operações — em particular, pagamentos aos provedores, faturamento, e inserção no sistema de monitoramento.

O que as evidências sugerem?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências de monitoramento e impacto:

  • a iniciativa teve sucesso em expandir o uso de DIUs e implantes hormonais subcutâneos:
    • em 2008, o ano anterior à implementação da iniciativa, menos de 3% das mulheres usavam algum método contraceptivo do tipo [1];
    • em 2014, essa taxa havia aumentado para 25%, superando métodos como camisinhas e pílulas anticoncepcionais [1].
  • houve redução de 6,2% a 9,6% na taxa de gravidez na adolescência, no horizonte de até 5 anos após o início da implementação, com efeitos concentrados em condados do Colorado que tinham parcelas maiores de sua população vivendo em situação de pobreza [1].

Quais as fontes da informação?

  1. Lindo, J. M., & Packham, A. (2017). How Much Can Expanding Access to Long-Acting Reversible Contraceptives Reduce Teen Birth Rates?. American Economic Journal: Economic Policy9(3), 348-376.
  2. Kelly, A., Lindo, J. M., & Packham, A. (2020). The Power of the IUD: Effects of Expanding Access to Contraception through Title X Clinics. Journal of Public Economics, 192, 104288.
  3. Stevenson, A. J., Genadek, K. R., Yeatman, S., Mollborn, S., & Menken, J. A. (2021). The Impact of Contraceptive Access on High School GraduationScience Advances, 7(19), eabf6732.
  4. Yeatman, S., Flynn, J. M., Stevenson, A., Genadek, K., Mollborn, S., & Menken, J. (2022). Expanded Contraceptive Access Linked To Increase In College Completion Among Women In Colorado: Study examines the link between expanded contraceptive access and increased college completion among women in ColoradoHealth Affairs, 41(12), 1754-1762.
  5. Flynn, J. (2025). Can Expanding Contraceptive Access Reduce Adverse Infant Health Outcomes?. Journal of Human Resources.
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