Expansão do Ensino em Tempo Integral em Escolas de Ensino Fundamental no Uruguai
Expansão do Ensino em Tempo Integral em Escolas de Ensino Fundamental no Uruguai
Qual era o objetivo?
Melhorar a qualidade da educação nos primeiros anos da educação básica.
Onde e quando?
As primeiras 52 escolas em tempo integral do Uruguai foram criadas no início dos anos 1990 e atendiam famílias e regiões de baixa renda. Entre 1996 e 2005, o tempo integral foi expandido para mais 52 escolas. Além disso, o modelo de ensino em tempo integral foi reformulado. A partir de 1996 foram realizadas melhorias na infraestrutura das escolas, e o país introduziu uma nova proposta pedagógica em 1999. Os resultados abaixo se referem a um estudo observacionalOs estudos observacionais analisam dados coletados em situações em que os pesquisadores não têm controle sobre a exposição dos indivíduos à política ou ao programa social, baseando-se na observação das associações entre variáveis em seus contextos naturais. Nesse tipo de estudo, que frequentemente recebe o nome de "experimento natural" ou "quase-experimento", diferenças entre os grupos podem ser influenciadas por fatores que limitam a capacidade de estabelecer relações causais entre o programa e resultados de interesse. Estudos observacionais se apoiam nas metodologias modernas de inferência causal para contornar esse problema, construindo contrafactuais convincentes. que compara as escolas que adotaram o tempo integral entre 1996 e 2005 com escolas com características similares, mas que não adotaram o modelo nesse período.
Como era o desenho?
O modelo de escola em tempo integral instituído a partir de 1996 envolveu, como primeiro componente, um aumento da carga horária de 3 horas e meia para 7 horas diárias por 5 dias na semana. Além disso, como segundo componente, foram implementados aprimoramentos na infraestrutura das escolas, que incluíram a construção de novas salas de aula, o que permitiu uma redução do tamanho recomendado de sala de aula para 25 alunos por turma do 1° ao 3° e para 28 alunos por turma do 4° ao 6° ano. O terceiro componente do modelo foi a provisão de apoio nutricional e de saúde para os alunos. Por fim, os professores receberam materiais didáticos, como mapas, livros e dicionários e, a partir de 1999, passaram a ser treinados para adoção do novo modelo pedagógico e frequentar cursos direcionados às matérias lecionadas (Ciências, Matemática e Línguas).
O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?
Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal da expansão:
- aumento de 7,3% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável —valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Uma forma de interpretar efeitos medidos na escala de desvios-padrão, que é usada para tornar comparáveis provas usadas em diferentes contextos, é: "A cada aumento de 10% de um desvio-padrão equivale, aproximadamente, um salto de 4 posições a partir do aluno mediano (isto é, na posição 50)". Um aumento de 30% de um desvio-padrão, por exemplo, equivaleria a passar da posição 50 para a posição 62 (isto é, 30%/10% x 4 posições). Essas aproximações se tornam menos precisas para efeitos muito grandes. na nota dos alunos em exames padronizados de Matemática, para cada ano de exposição ao tempo integral, considerando o período do 1° ao 6° ano [1];
- aumento de 4,4% de um desvio-padrão na nota dos alunos em exames padronizados de Língua Espanhola, também para cada ano de exposição ao tempo integral, e do 1° ao 6° ano [1].
Quais as fontes da informação?
- Cerdan-Infantes, P., & Vermeersch, C. (2007). More Time is Better: An Evaluation of the Full Time School Program in Uruguay. World Bank Policy Research Working Paper.
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