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Estudo Experimental de Atividades de Alfabetização em Syracuse

Publicado em 04/09/2025 Atualizado em 09/09/2025
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Qual era o objetivo?

Testar formas de aumentar a prontidão de crianças para a aquisição futura de habilidades de leitura.

Onde e quando?

As informações abaixo referem-se a um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". conduzido por pesquisadores da Syracuse University, no estado de Nova Iorque, Estados Unidos, no final da década de 1980. A pesquisa envolveu 90 crianças, com idade média de 5,7 anos, matriculadas no último ano da pré-escola (kindergarten) de 3 escolas públicas.

Como era o desenho?

A ideia central do estudo foi entender a importância de habilidades de segmentação fonêmica para a aquisição de habilidades futuras de leitura e, em particular, a sua complementaridade com o ensino dos nomes de letras e de fonemas que elas representam na linguagem oral.

Foram instauradas sessões de atividades de 20 minutos, para grupos de 5 alunos, 4 vezes por semana, por um período de 7 semanas. Cada sessão tinha uma parte dedicada à segmentação fonêmica e uma parte dedicada ao valor sonoro de letras de uso frequente do alfabeto.

Os exercícios da primeira parte incluíram a vocalização explícita de palavras com atenção dirigida ao tempo da fala e exercícios de categorização de palavras com sons similares ou destoantes. Na segunda parte, foram apresentadas 9 letras regulares em palavras do tipo CVCEssa é uma notação comumente usada para denotar a sequência de letras em palavras em consoantes (C) e vogais (V). em Língua Inglesa (a, m, t, i, s, r, f, u, b).

O que as evidências sugerem?

Foram documentadas, nos artigos listado na seção abaixo, as seguintes evidências:

  • a iniciativa teve efeitos positivos em indicadores de segmentação fonêmica, ao fim do período de implementação:
    • houve, em particular, aumento de 182% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável —valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50: caso interpretemos o conjunto de pessoas na amostra como uma fila de 100 pessoas, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivaleria a passar da posição 50 para a posição 54. Um aumento maior, de 30% de um desvio padrão equivaleria a passar da posição 50 para a posição 62. nas notas em um teste de segmentação fonêmica [1,2];
    • houve, também, aumento de 44% de um desvio-padrão nas notas em um teste de conhecimento dos fonemas associados a letras do alfabeto [1];
  • além disso, no mesmo horizonte temporal, foram encontradas evidências de efeitos positivos sobre indicadores de leitura:
    • o número de palavras lidas identificadas e lidas aumentou em cerca de 10 palavras, em teste que incluía uma lista de 21 palavras regulares [2];
    • a parcela de alunos que identificaram 4 ou mais palavras escritas (de um total de 5 palavras) em um teste padronizado mais do que quintuplicou, passando de 6,7% para 35% [1];
  • um grupo de alunos que recebeu instrução similar —inclusive no valor sonoro das letras—, mas que substituiu o treino em segmentação fonêmica por exercícios de desenvolvimento de vocabulário e categorizações semânticas, apresentou resultados qualitativamente diferentes:
    • nos testes padronizados discutidos no item acima, o número de palavras lidas aumentou em 2 palavras e a parcela de alunos que identificaram 4 ou mais palavras escritas subiu de 6,7% para 13%, sendo ambos os resultados estatisticamente insignificantesChamam-se de estatisticamente insignificantes as estimativas de impacto que não são distinguíveis de 0, após incorporadas à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos e estudos. [1]
  1. Não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantes sobre o conhecimento do nome das letras em nenhum dos grupos, mas a maioria das crianças conhecia a maioria das letras antes do início da implementação das atividades.

Quais as fontes da informação?

  1. Ball, E. W., & Blachman, B. A. (1988). Phoneme Segmentation Training: Effect on Reading Readiness. Annals of Dyslexia, 38(1), 208-225.
  2. Ball, E. W., & Blachman, B. A. (1991). Does Phoneme Awareness Training in Kindergarten Make a Difference in Early Word Recognition and Developmental Spelling? Reading Research Quarterly, 49-66.
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