Abertura de Novas Unidades da Instituição de Microcrédito Spandana em Favelas de Haiderabade

Estimular a inclusão produtiva de mulheres e prover alívio da situação de pobreza para suas famílias.

A instituição privada de microfinanças Spandana foi criada em 1998 e, em 2008, tinha 1,2 milhões de tomadores ativos de empréstimos. As informações abaixo se referem a um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". conduzido entre 2006 e 2007, envolvendo 104 comunidades em favelas na cidade de Haiderabade, Índia.

Durante o período, a Spandana abriu novas unidades em comunidades em favelas da cidade. O produto de microcrédito oferecido por essas unidades tinha como características centrais:

1. focalização: domicílios em áreas urbanas com mulheres entre 18 e 59 anos, de baixa renda, com moradias fixas;
2. valor do empréstimo e taxa de juros: 1.000 dólares americanos de 2017 (em paridade poder de compra) a uma taxa percentual anual de 24%, incluindo juro e taxas;
3. responsabilização: ofertado para grupos de 6 a 10 pessoas, conjuntamente responsabilizadas pelo pagamento do empréstimo;
4. duração e pagamento: os empréstimos deveriam ser pagos em 50 semanas;
5. restrições com relação ao uso do crédito: não havia, embora houvesse encorajamento de que o empréstimo fosse usado predominantemente para atividades produtivas;
6. colateral: não havia;
7. incentivos dinâmicos: elegibilidade a uma segunda rodada de empréstimos, no caso de pagamento do empréstimo inicial;
8. flexibilidade de pagamento: não foram impostas medidas que conferissem flexibilidade ao pagamento.

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal da expansão das unidades ofertantes de microcrédito:

• aproximadamente 1 ano e meio após o início do movimento de expansão, a taxa de pessoas que tinham tomado empréstimo de alguma instituição de microcrédito nas comunidades em que as unidades foram abertas era 46% (ou 8,4 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais! Por exemplo, se uma variável binária teria média de 10% na ausência da iniciativa, um impacto de 5 pontos percentuais representa aumento de 50% (=5/10).) maior e o valor dos empréstimos tomados por instituições do tipo era 54% maior [1];
• há evidências de que parte do valor recebido como empréstimo tenha sido usado como investimento: nas comunidades em que as unidades foram criadas, houve aumento de 140% no valor total investido, no mesmo horizonte temporal dos resultados acima [1];
• não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. sobre o consumo per capita das famílias e sobre o consumo de bens não duráveis, no mesmo horizonte temporal dos resultados acima, embora tenha sido encontrado aumento de 17% no consumo de bens duráveis [1];
• embora não tenham sido encontradas, em média, evidências de efeitos estatisticamente significantes sobre a taxa de pessoas que tinham aberto novos negócios, domicílios que já eram donos de algum negócio antes do empréstimo investiram 165% a mais no mesmo, e esses negócios auferiram lucros 103% maiores [1];¹
• em um horizonte temporal mais longo, de aproximadamente 3 anos e meio após a expansão da Spandana, grande parte dos efeitos descritos acima tinham se dissipado, um resultado que pode ser atribuído, pelo menos em parte, pela continuidade do processo de expansão em outras comunidades em favelas da cidade [1];
• não foram encontradas evidências de que crianças de 5 a 15 anos nas comunidades afetadas tinham chances mais altas de estarem matriculadas na escola, ou de terem um trabalho, tanto no horizonte temporal mais curto, de 1 ano e meio após a expansão, quanto no horizonte temporal mais longo, de 3 anos e meio após a expansão [1];
• nos dois horizontes temporais considerados acima, também não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantes em um indicador de empoderamento feminino [1].