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Abertura de Novas Unidades da Instituição de Microcrédito Al Amana em Áreas Rurais do Marrocos

Publicado em 01/10/2024 Atualizado em 01/10/2024
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Qual o objetivo?

Diminuir o peso de restrições a crédito e prover alívio da situação de pobreza para famílias em áreas rurais.

Onde e quando?

A instituição privada de microfinanças Al Amana foi criada em 2000 e, em 2012, tinha 300 mil tomadores ativos de empréstimos. As informações abaixo se referem a um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". envolvendo 162 vilarejos em áreas rurais do Marrocos, entre 2006 e 2007.

Como é o desenho?

Durante o período, a Al Amana abriu novas unidades e ofereceram um produto de microcrédito que tinha como características centrais:

  1. focalização: domicílios do meio rural com membros entre 18 e 70 anos, que já tinham já eram proprietários de um empreendimento, excluído em atividade agrícola não-pecuária;
  2. valor do empréstimo e taxa de juros: de 124 a 1.855 dólares americanos a uma taxa percentual anual de 12,5% a 14,5%, incluindo juro e taxas;
  3. responsabilização: ofertado para grupos de 3 a 4 pessoas, conjuntamente responsabilizadas pelo pagamento do empréstimo;
  4. duração e pagamento: os empréstimos deveriam ser pagos no horizonte de 3 a 18 meses, com pagamentos semanais, quinzenais, ou mensais, a depender do valor do empréstimo;
  5. restrições com relação ao uso do crédito: não havia;
  6. colateral: não havia;
  7. incentivos dinâmicos: não havia;
  8. flexibilidade de pagamento: não havia;

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal da expansão das unidades ofertantes de microcrédito em indivíduos identificados como tendo altas chances de tomarem empréstimos:

  • no horizonte de aproximadamente 2 anos após o início da expansão, a taxa de pessoas que tinham tomado algum tipo de empréstimo nos vilarejos em que as unidades foram abertas era 31% (ou 7,6 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais! Por exemplo, se uma variável binária teria média de 10% na ausência da iniciativa, um impacto de 5 pontos percentuais representa aumento de 50% (=5/10).) maior e o valor dos empréstimos tomados era 64% maior [1];
  • embora não tenham sido encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. sobre a taxa de pessoas que tinham um emprego autônomo, parte do valor recebido como empréstimo parece ter sido usado como investimento em negócios existentes: nos vilarejos em que as unidades foram criadas, houve aumento de 9,1% no valor total dos ativos usados por empregados autônomos — na sua maioria, vacas e cabras —, no mesmo horizonte temporal dos resultados acima [1];
  • aumento de 22% na renda auferida nas atividades ligadas ao emprego autônomo, com redução paralela, em 6,7%, na renda obtida como salário no mercado de trabalho, o que acabou resultando em um efeito estatisticamente insignificante sobre a renda total [1];
  • de forma consistente com o resultado acima, não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantes sobre a renda per capita ou o consumo per capita das famílias e sobre o consumo de bens duráveis e não duráveis, também no mesmo horizonte temporal dos resultados acima [1];
  • não foram encontradas evidências de que crianças, adolescentes e jovens adultos de 6 a 20 anos que moravam nessas regiões tinham chances mais altas de estarem matriculadas no sistema educacional, ainda no horizonte temporal dos resultados acima [1];
  • por fim, também não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantes em um indicador de empoderamento feminino [1].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Crépon, B., Devoto, F., Duflo, E., & Parienté, W. (2015). Estimating the Impact of Microcredit on Those Who Take it Up: Evidence from a Randomized Experiment in Morocco. American Economic Journal: Applied Economics, 7(1), 123-150.

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