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Entre brancos, chance de concluir curso é de 6,2% (por Agência Estado)
Entre brancos, chance de concluir curso é de 6,2%
Filha de pai e mãe com ensino fundamental incompleto, a estudante de publicidade Sabrina Mayara Soares de Alencar, de 23 anos, aposta na conclusão da faculdade para conseguir uma renda melhor no futuro. Ela sabe, porém, que sua trajetória não é regra, mas exceção. Entre seus conhecidos, é uma das poucas a conseguir subir o “degrauzinho” do ensino superior. “É muito difícil, principalmente para quem mora na minha cidade, a renda é muito baixa”, conta a estudante, que mora em Itapoã, uma das regiões com menor renda per capita do Distrito Federal. Os dados mostram que a situação se agrava quando se considera a população negra. Entre filhos de pais sem instrução, a chance de terminar o ensino superior é de 6,2% para brancos e 3,7% para negros. Mesmo entre filhos de pais com ensino superior completo, a proporção de quem repete o feito é de 71,7% para brancos e de 58,8% para negros.
Para o economista Paulo Tafner, diretor-presidente do IMDS e responsável pelo levantamento, o problema da mobilidade social não está restrito à questão racial, uma vez que atinge também brancos pobres. “Mas, obviamente, que no caso dos negros é um pouco mais grave”, afirma ele. O aumento nessa mobilidade social passa, segundo Tafner, pela formulação de políticas que melhorem a efetividade do gasto com educação, saúde e assistência. Ele cita a experiência do Ceará como um exemplo positivo: o Estado passou a ter maior supervisão do aprendizado dos alunos e recompensar bons desempenhos. O problema é que essa não é uma regra no restante das escolas brasileiras.
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