Programa de Educação Nutricional Infantil para Mães no Malawi

Data de publicação: 21/03/2022

Data da última atualização: 19/10/2022

Qual o objetivo?

Fornecer informação nutricional para puérperas, influenciando positivamente o desenvolvimento de seus filhos.

Onde e quando foi implementado?

O programa foi implementado em Julho de 2005 no distrito de Mchinji, zona rural do Malawi.

Como é o desenho?

O programa consistiu em aconselhamento nutricional infantil gratuito para mães de bebês com menos de 6 meses, um período crítico para o seu desenvolvimento e crescimento, e foi oferecida a todas as mulheres grávidas do distrito à época de sua implementação. O aconselhamento foi provido por mulheres voluntárias de 23 a 50 anos, recrutadas na população local.

Durante a implementação, cada voluntária teve por responsabilidade identificar todas as mulheres grávidas em uma população de aproximadamente 1,000 indivíduos e, posteriormente, visitá-las 5 vezes em seus domicílios: 1 vez antes do parto (no terceiro trimestre de gravidez) e 4 vezes depois, quando o bebê tinha 1 semana, 1 mês, 3 meses e 5 meses.

Como forma de capacitar as implementadoras para a intervenção, foram distribuídos manuais com o conteúdo relevante de cada visita e livros ilustrados para ajudar a explicar os conceitos mais importantes. A amamentação exclusiva, em particular, foi fortemente encorajada em todas as visitas. Além disso, informações sobre o desmame foram fornecidas a partir do momento em que o bebê tinha 1 mês de vida (nas visitas 3 a 5), e incluíam sugestões de alimentos nutritivos adequados disponíveis localmente, discussões sobre a importância de uma dieta variada - por exemplo, a inclusão de alimentos ricos em proteínas e micronutrientes, como ovos - e instruções sobre como preparar os alimentos para conservar nutrientes e facilitar a digestão - por exemplo, amassar vegetais, em vez de liquidificá-los, e triturar peixes antes de cozinhá-los.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal da intervenção sobre mães e seus/suas filhos/as que moravam nos vilarejos contemplados:

  • durante o período de implementação, 6 a cada 10 mães participaram da intervenção, que teve mais adesão entre as mães mais pobres residentes no local [1];
  • aumento de 17% de um desvio padrão em um indicador de conhecimento sobre nutrição adequada para bebês e crianças - em particular, em tópicos como a importância da amamentação (especialmente durante períodos de diarreia da criança) e formas corretas de preparar os alimentos -, coletado aproximadamente 4 anos depois do início da implementação da intervenção [1];
  • o aumento de conhecimento descrito acima foi acompanhado de um aumento de 25% em um indicador de qualidade nutricional para crianças de menos de 6 meses, que envolveu, por exemplo, uma redução de mais de 80% na taxa de mães que declararam ter alimentado suas filhas ou filhos com leite não-materno [1];
  • aumento de 37% nos gastos domiciliares com proteínas, e de 40% nos gastos domiciliares com frutas e vegetais [1];
  • aumento de 14% em um indicador de qualidade nutricional de crianças de 7 meses a 5 anos, coletado aproximadamente 4 anos depois do início da implementação da intervenção, sugerindo que os benefícios se mantiveram mesmo depois de encerrado o período em que as mães recebiam as visitas [1];
  • aumento de 10% em um indicador de desenvolvimento físico (contendo informação sobre peso e altura por idade da criança), também coletado aproximadamente 4 anos depois do início da implementação [1].
De onde vem essa informação?

Fitzsimons, E., Malde, B., Mesnard, A., & Vera-Hernández, M. (2016). Nutrition, Information and Household Behavior: Experimental Evidence from Malawi. Journal of Development Economics, 122, 113-126.



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