← voltar para plataforma impacto

Reforma de 1973 na Organização do Sistema Educacional da Romênia

Publicado em 14/06/2024 Atualizado em 21/06/2024
Compartilhe:

Qual o objetivo?

Alinhar a educação com as necessidades econômicas e industriais do país pelo aumento da qualidade da formação técnica e profissional.

Onde e quando?

A reforma foi implementada em 1973, na Romênia. Os resultados abaixo se referem a estudos observacionais que usam dados de pessoas que tinham nascido em datas próximas às utilizadas para definir a elegibilidade ao novo sistema educacional.

Como é o desenho?

Foram introduzidas duas mudanças na organização do sistema educacional vigente, que era baseado na divisão de alunos, após 8 anos de educação básica — aproximadamente aos 15 anos —, em escolas profissionalizantes e programas de aprendizagem ou em escolas com ênfase acadêmica (liceus).

A primeira das mudanças alterou a composição curricular da educação básica, adiando a decisão de especialização profissional. Mais especificamente, a partir de 1973, alunos que tinham completado o ciclo básico de 8 anos passaram a frequentar obrigatoriamente 2 anos a mais de educação nos liceus. Ao fim do período de 10 anos, então, com base em suas aptidões, habilidades e preferências, os alunos passaram a escolher pela entrada no mercado de trabalho, pela continuação dos estudos em escolas profissionalizantes ou pela continuação dos estudos nos liceus.

A segunda mudança reduziu a duração dos cursos profissionalizantes para 1 ano, de modo que os estudantes que continuaram nos itinerários profissionalizantes após completar os dois anos adicionais de educação nos liceus foram expostos a menos tempo de formação profissional.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal da reforma:

  • aumento de 27% (ou 7,0 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais! Por exemplo, se uma variável binária teria média de 10% na ausência da iniciativa, um impacto de 5 pontos percentuais representa aumento de 50%.) na taxa de homens que atingiram como grau mais alto de escolarização o diploma de educação geral dado pelos liceus, com redução paralela de 22% (ou 8,0 pontos percentuais) na taxa de homens que atingiram como grau mais alto de escolarização o diploma de educação profissionalizante [1];
  • aumento de 16% a 19% (ou de 4,4 a 5,0 pontos percentuais) na taxa de indivíduos que alcançaram como grau mais alto de escolarização o diploma de Ensino Médio outorgado pelos liceus, com efeitos particularmente pronunciados para indivíduos oriundos de áreas rurais, de áreas com indicadores altos de pobreza e cujos pais tinham baixo nível de escolarização [2];
  • embora esses alunos tenham ganhado a possibilidade de aplicar para as universidades do país, há poucas evidências de aumento na taxa de alunos que concluíram o ensino superior nessas universidades [2];
  • consistente com os resultados acima, não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. sobre o número total de anos de estudo alcançados pelas coortes expostas à reforma [1];
  • embora haja evidências de que a reforma tenha tido efeitos sobre as escolhas profissionais dos indivíduos afetados — houve, por exemplo, redução de 2,7% na taxa de homens que trabalhavam em ocupações manuais, aproximadamente 20 anos depois — não há evidências de efeitos estatisticamente significantes ou quantitativamente relevantes sobre participação na força de trabalho, emprego ou salários [1].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Malamud, O., & Pop-Eleches, C. (2010). General Education versus Vocational Training: Evidence from an Economy in Transition. The Review of Economics and Statistics, 92(1), 43-60.
  2. Malamud, O., & Pop-Eleches, C. (2011). School Tracking and Access to Higher Education among Disadvantaged Groups. Journal of Public Economics, 95(11-12), 1538-1549.

Estamos trabalhando para que as páginas contemplem toda a evidência documentada sobre o tema e estejam sempre atualizadas. Se você quiser sugerir algum artigo, entre em contato.