Este site utiliza cookies para que possamos oferecer a você a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas no seu navegador e desempenham funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Reforma Curricular de 1975 no Ensino Médio da Croácia
Reforma Curricular de 1975 no Ensino Médio da Croácia
Qual era o objetivo?
Distribuir de forma mais igualitária oportunidades educacionais a alunos de diferentes contextos socioeconômicos e enfatizar a formação de habilidades que pudessem sustentar uma melhor transição da escola para o mundo do trabalho.
Onde e quando?
A reforma foi implementada na Croácia em 1975. Os resultados abaixo se referem a um estudo observacionalOs estudos observacionais analisam dados coletados em situações em que os pesquisadores não têm controle sobre a exposição de indivíduos à política ou programa social, permitindo apenas a observação das associações entre variáveis em seus contextos naturais. Nesse tipo de estudo, as diferenças observadas entre os grupos podem ser influenciadas por fatores que limitam a capacidade de estabelecer relações causais diretas entre o programa e os resultados observados. As metodologias não-experimentais listadas nas tags *Metodologia* da página listam algumas das formas escolhidas para contornar esse problema! que usa dados de indivíduos nascidos entre 1958 e 1964, observados entre 2000 e 2012.
Como era o desenho?
A reforma teve como foco os ingressantes no Ensino Médio e foi implementada para todos os alunos que tinham nascido após 1° de janeiro de 1961. Foram introduzidas duas mudanças principais no sistema educacional vigente, que era baseado na separação de alunos, após 8 anos de educação básica compulsória — aproximadamente aos 15 anos —, em escolas técnicas, escolas vocacionais ou em escolas com ênfase acadêmica, chamadas ginásios. A motivação central da reforma era de que jovens determinavam precocemente trajetórias educacionais e profissionais conforme a renda de suas famílias, gerando um sistema de escolas “de elite” que acabavam criando e reproduzindo desigualdades sociais.¹
A primeira mudança foi a abolição da divisão dos alunos em escolas segundo a estrutura antiga. No contexto da reforma, cada centro escolar passou a ser conectado a um grupo de vocações específicas, em uma tentativa de reestruturar o sistema educacional de uma forma que sustentasse um processo mais orgânico de transição da escola para o mundo do trabalho. Assim, por exemplo, antigos ginásios com ênfase em formações ligadas à Matemática foram renomeados como centro escolar para matemática e informática.
A segunda mudança foi o redesenho do currículo oferecido nessas escolas, que passou a ser estruturado em duas fases diferentes. A primeira, que durava 2 anos, era composta por um currículo geral comum em Língua, Matemática, Química, Biologia, Física, Geografia e História. A seleção para essa fase era e continuou sendo pautada no desempenho escolar dos alunos durante os anos de educação compulsória. Após completarem esse período de currículo comum, os alunos então escolhiam se seguiriam para o mercado de trabalho ou continuariam matriculados nos centros escolares, para uma formação de 1 a 2 anos com ênfase profissionalizante. Foram estruturados programas específicos para 36 profissões e mais de 350 ocupações.
O que as evidências sugerem?
Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal da reforma:
- aumento de 25% (ou 4,9 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais! Por exemplo, se uma variável binária teria média de 10% na ausência da iniciativa, um impacto de 5 pontos percentuais representa um aumento de 50% (=5/10).) na taxa de homens que alcançaram como nível mais alto de escolarização o nível anterior ao do Ensino Médio, indicando que a reforma — e, em particular, a introdução de um currículo geral comum de 2 anos — pode ter estimulado alguns jovens do sexo masculino a encerrarem o processo de escolarização antes do Ensino Médio [1];
- não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. sobre a taxa de matrícula em universidades, para nenhum dos gêneros [1];
- houve, no entanto, redução de 54% (ou 5,1 pontos percentuais) na taxa de homens que concluíram o ensino superior em universidades e redução, ainda nesse grupo, de aproximadamente 4% (ou 0,44 anoO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em anos! Por exemplo, um impacto de 1 ano para crianças que teriam 10 anos de escolaridade na ausência da iniciativa representa um aumento de 10% (=1/10).) no número total de anos de estudo completos [1];
- não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantes sobre a taxa de emprego entre os indivíduos diretamente afetados pela reforma [1];
- também não foram encontradas evidências de efeitos nos salários dos indivíduos afetados, quando observados em seus empregos com 36 a 50 anos [1].
- Nas palavras de Stipe Šuvar, então Secretário de Estado da Educação, o sistema educacional era falho, pois: “Homo faber e homo sapiens estão socialmente separados, alienados, opostos na existência de diferentes classes; e o propósito primordial da educação é perpetuar essas divisões (…) ela foi, de fato, desenvolvida como um ritual específico que seleciona uma pequena proporção da população para as elites sociais, e as coloca em um pedestal inacessível para a grande maioria da população.”
Quais as fontes da informação?
- Zilic, I. (2018). General Versus Vocational Education: Lessons from a Quasi-Experiment in Croatia. Economics of Education Review, 62, 1-11.
Eixos de busca
Área
EducaçãoIndicador afetado
Conclusão do Ensino FundamentalConclusão do Ensino MédioConclusão do ensino superiorEmpregoRendimentos do trabalhoClasse de programa
Estrutura institucional para as aprendizagensPedagogia e gestão em redes escolaresFaixa Etária
15-29 anosElementos
Adiamento de decisões de especialização profissionalReestruturação de itinerários profissionalizantes ou de formação técnicaUniformização de conteúdos curricularesRegião
EuropaPaís
CroáciaEstamos trabalhando para que as páginas contemplem toda a evidência documentada sobre o tema e estejam sempre atualizadas. Se você quiser sugerir algum artigo, entre em contato.
Políticas e Programas Relacionados
Reforma de 1973 na Organização do Sistema Educacional da Romênia
Alinhar a educação com as necessidades econômicas e industriais do país pelo aumento da qualidade da formação técnica e profissional.
Reforma de 1999 nos Itinerários Formativos Profissionalizantes do Ensino Médio da Finlândia
Permitir que jovens que escolhessem rotas profissionalizantes no sistema educacional pudessem se candidatar a vagas em universidades.
Reforma de 1994 nos Itinerários Formativos do Ensino Médio da Noruega
Aumentar a qualidade da formação técnica e profissional e tornar mais maleáveis as escolhas de itinerários formativos e de especializações durante o ciclo básico de escolarização.