Programa Pro Kind de Acompanhamento Individualizado durante a Gestação e a Primeira Infância na Alemanha

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Programa Pro Kind de Acompanhamento Individualizado durante a Gestação e a Primeira Infância na Alemanha

Publicado em 13/12/2025 Atualizado em 14/12/2025
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Qual era o objetivo?

Gerar melhorias de saúde na vida da gestante e futura mãe, e de seus filhos.

Onde e quando?

Pro Kind foi implementado entre 2006 e 2012 em 13 municípios de três estados da Alemanha, como uma adaptação do programa de apoio à gestação e ao desenvolvimento infantil Nurse Family Partnership. As informações abaixo referem-se a um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". envolvendo 755 gestantes primíparas em situação de vulnerabilidade e dados de questionários e de registros administrativos de saúde durante a gestação e até dois anos após o nascimento da criança.

Como era o desenho?

O Pro Kind foi estruturado como um programa de visitas domiciliares iniciadas entre a 12ª e a 28ª semana de gestação e estendidas até o segundo aniversário da criança, com foco em mães de primeira viagem. As visitas foram realizadas por profissionais de saúde com formação em enfermagem obstétrica ou pediátrica, e algumas ocorriam em dupla com uma assistente social.

O desenho completo do programa previa 52 visitas de cerca de 90 minutos, com frequência semanal, quinzenal ou mensal, mais intensa no final da gestação e nos primeiros meses de vida da criança. Durante as visitas, as profissionais ofereciam informações sobre prevenção em saúde, incluindo pré-natal, vacinação, uso de serviços de urgência e check-ups pediátricos, bem como orientações sobre alimentação saudável, aleitamento materno e redução do consumo de tabaco, álcool e outras substâncias por parte da mãe.¹ As visitas também abordaram informações sobre práticas parentais responsivas e sobre segurança no ambiente doméstico. Houve forte foco em apoiar a mãe a organizar a casa para prevenir acidentes, reduzir riscos de queimaduras, quedas e intoxicações e em reforçar a capacidade de identificar sinais de adoecimento e buscar atendimento oportuno.

A operacionalização da iniciativa incluiu a capacitação e a supervisão dos servidores públicos. Houve capacitação dos profissionais responsáveis pelas visitas, com treinamento específico em saúde materno-infantil, desenvolvimento infantil e saúde bucal, bem como no uso de materiais padronizados para cada visita. As visitadoras recebiam supervisão regular de enfermeiras coordenadoras, com discussão de casos, monitoramento dos registros e apoio para adaptar o conteúdo às necessidades de cada família, mantendo a fidelidade aos protocolos básicos do programa.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências:

  • embora o programa previsse 52 visitas, na prática, as famílias que permaneceram no programa até os 2 anos de idade da criança receberam, em média, pouco mais de 30 visitas [1];
  • foram encontrados efeitos positivos sobre indicadores de bem-estar psicológico e saúde mental das mães que receberam as visitas do Pro Kind:
    • houve, em particular, redução de 39% (ou de 11 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais! Por exemplo, se uma variável binária teria média de 10% na ausência da iniciativa, um impacto de 5 pontos percentuais representa um aumento de 50% (=5/10).) na parcela de mães que apresentaram sintomas de depressão, no horizonte de dois anos após o nascimento [1];
    • além disso, houve redução de 7 pontos percentuais na probabilidade de prescrição de calmantes para as mães [1];
    • as reduções de depressão e o uso de psicofármacos foram mais fortes entre mães com maior número de fatores de risco, maior estresse e menor apoio social [1].
  • não foram, no entanto, encontradas evidências consistentes de que o programa tenha gerado mudanças no comportamento das famílias e, em particular, em suas práticas de saúde e nutrição:
    • não houve, por exemplo, aumento estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis de 0, após incorporadas à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos e estudos. na duração do aleitamento materno ou em mudanças duradouras nos padrões de alimentação infantil até os dois anos de idade [1];
    • também não houve mudanças no tabagismo durante a gestação ou após o nascimento, nem sobre a frequência e intensidade da exposição da criança à fumaça de cigarro no domicílio [1].
  • não foram encontrados efeitos na utilização de vários serviços de saúde centrais da teoria da mudança do programa, como utilização de check-ups pediátricos e de acompanhamento de rotina, possivelmente porque a cobertura desses serviços já era elevada no sistema de saúde alemão entre famílias de baixa renda, reduzindo a margem de ganho adicional por meio de visitas domiciliares [1];
  • também não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantes sobre indicadores de saúde neonatal e infantil, como peso ao nascer, prematuridade, ocorrência de internações hospitalares ou diagnósticos de doenças respiratórias, gastrointestinais, dermatológicas ou acidentes e intoxicações infantis, nos dois primeiros anos de vida [1]
  1. As visitas também incluíam um módulo específico de saúde bucal, com a entrega de um kit de higiene oral e mensagens sobre o impacto das infecções odontológicas na gestação e na infância.
  2. O programa ampliou o acesso a serviços odontológicos para mães e crianças afetadas. Houve, por exemplo, aumento de 16 pontos percentuais na probabilidade de a mãe realizar pelo menos uma consulta odontológica de diagnóstico durante a gestação e de 9 pontos percentuais na parcela de gestantes que realizaram consultas odontológicas de profilaxia. Houve redução de 3 pontos percentuais na probabilidade de a criança realizar consultas odontológicas terapêuticas até os dois anos, sugerindo que a maior ênfase em prevenção e higiene oral contribuiu para uma menor necessidade de tratamentos invasivos na primeira infância.

Quais as fontes da informação?

  1. Sandner, M., Cornelissen, T., Jungmann, T., & Herrmann, P. (2018). Evaluating the Effects of a Targeted Home Visiting Program on Maternal and Child Health Outcomes. Journal of Health Economics, 58, 269-283.
Imds | Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social
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