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Programa Nacional de Suplementação de Iodo na Tanzânia
Programa Nacional de Suplementação de Iodo na Tanzânia
Qual era o objetivo?
Combater as altas taxas de distúrbio por deficiência de iodo na população.
Onde e quando?
O programa foi implementado em unidades sub-nacionais (distritos) da Tanzânia, a partir de 1986, tendo por etapa prévia o monitoramento das taxas distritais de bócio visível (inchaço da glândula tireoide) em escolares em 1984. Após essa etapa, distritos com taxas acima de 10% foram designados para a implementação, cuja cobertura atingiu mais de 5 milhões de indivíduos até o ano de 1994, quando o programa foi descontinuado.
Como era o desenho?
Os moradores dos distritos participantes receberam suplementação de iodo na forma de cápsulas de óleo iodado de 380 mg, prioritariamente direcionada a mulheres em idade fértil. A priorização de mulheres nessa faixa etária foi motivada pela importância do iodo para o desenvolvimento físico e cerebral do feto, em especial no primeiro trimestre de gravidez. Óleo iodado é considerado uma das medidas de curto-prazo mais efetivas no combate ao distúrbio por deficiência de iodo, tanto pela velocidade observada das melhorias na saúde quanto pela duração da cobertura do micro-nutriente, que dura de 1 a 4 anos. Nos casos em que a oferta de cápsulas excedia o número de mulheres nessa faixa etária, a distribuição atingiu também crianças de 1 a 5 anos, crianças mais velhas, e homens de 15 a 45 anos, nessa ordem de prioridade.
O que as evidências sugerem?
Foram documentadas, nos artigos listados na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal do programa:
- cobertura total de 64% da população prioritária de mulheres em idade fértil [1];
- aumento de 0,36 ano de estudo alcançados entre crianças de 10 a 13 anos beneficiadas pela suplementação de iodo durante todo o primeiro trimestre de gravidez, mediante o consumo de cápsulas de óleo iodado pelas suas mães [1];
- o efeito descrito acima é de maior magnitude e estatisticamente significanteChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. entre meninas, o que é interpretado pelos autores, com ajuda de evidência laboratorial, de que os fetos femininos têm mais sensibilidade à privação intra-uterina de iodo [1];
- aumento de 15% no total de vacinas recebidas e de 9% na taxa de amamentação por mais de 6 meses após o nascimento, sugerindo que houve mudanças no comportamento no campo da saúde por parte das mães das crianças que foram contempladas pela intervenção [2];
- aumento de 0,17 anoO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em anos! Por exemplo, um impacto de 1 ano para crianças que teriam 10 anos de escolaridade na ausência da iniciativa representa um aumento de 10% (=1/10). de estudo alcançado na vida adulta (ou 2,5%) e de 12% na taxa de pessoas que completaram a educação secundária (que, na Tanzânia, tem duas fases, uma dos 14 aos 17 anos e uma dos 18 aos 20 anos) [3];
- aumento de 5% na taxa de emprego em ocupações de maior qualificação [3].
Quais as fontes da informação?
- Field, E., Robles, O., & Torero, M. (2009). Iodine Deficiency and Schooling Attainment in Tanzania. American Economic Journal: Applied Economics, 1(4), 140-69.
- Adhvaryu, A., & Nyshadham, A. (2016). Endowments at Birth and Parents’ Investments in Children. The Economic Journal, 126(593), 781-820.
- Araújo, D., Carrillo, B., & Sampaio, B. (2021). The Long-Run Economic Consequences of Iodine Supplementation. Journal of Health Economics, 79, 1-18.
Material complementar
Eixos de busca
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Cobertura de serviços públicosIndicadores de escolarizaçãoInvestimentos familiares em saúde e nutriçãoTipo de programa
Segurança alimentar e nutricionalClasse de programa
Saúde nas comunidades e na escolaRegião
ÁfricaPaís
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