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Apoio ao Desenvolvimento na Primeira Infância na HighScope Perry Preschool em Michigan
Apoio ao Desenvolvimento na Primeira Infância na HighScope Perry Preschool em Michigan
Qual o objetivo?
Quebrar o vínculo entre a pobreza infantil e o baixo aproveitamento escolar, promovendo o desenvolvimento intelectual, social e físico de crianças em contextos de vulnerabilidade social.
Onde e quando?
O centro educacional HighScope Perry Preschool esteve em operação de 1962 a 1967 em Ypsilanti, Michigan, nos Estados Unidos. Os resultados abaixo se referem a um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". envolvendo 123 crianças, implementado a partir de 1962.
Como é o desenho?
O programa teve duração de 2 anos e foco em crianças negras de aproximadamente 3 anos, com baixo QI (entre 70 e 85 pontos) e que viviam em situação de vulnerabilidade social nos arredores do centro educacional.
As atividades do programa podem ser agrupadas em dois componentes fundamentais. O primeiro foi o acesso aos centros de educação infantil e ao currículo escolar, distribuído ao longo do ano letivo em aulas diárias de 2 horas e meia, que ocorreram em classes de 20 a 25 alunos, com razão professor aluno de aproximadamente 6.
O currículo se baseou no princípio da aprendizagem ativa, com atividades pedagógicas estruturadas em torno de alguma “experiência-chave”, como espaço/tempo, representação criativa através da arte, linguagem e alfabetização, relações sociais, iniciativa pessoal, movimento e música, classificação por semelhanças e diferenças, números. Todas as atividades foram incorporadas a uma estrutura de uso do tempo para planejamento, trabalho, limpeza, recordação, hora do lanche, ar livre e interações em círculo.
O segundo componente do programa foi uma visita domiciliar semanal de 1 hora e meia feita pelos professores, como forma de envolver as mães no processo educacional e possibilitar que elas dessem o devido apoio ao desenvolvimento do seu filho ou filha.
O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?
Foram documentadas, nos artigos publicados e nos artigos para discussão listados na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa Perry Preschool:
- aumento, entre as meninas participantes, de quase 100% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 - isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100. (ou 12,7 pontos) em notas obtidas em exames padronizados de QI, construídas a partir de informação coletada aos 5 anos de idade, embora esse efeito tenha se dissipado parcialmente nos anos subsequentes [1, 2, 4, 5];
- aumento, entre os meninos participantes, de 82% de um desvio-padrão (ou 10,6 pontos) em notas obtidas em exames padronizados de QI, construídas a partir de informação coletada aos 5 anos de idade, embora esse efeito também tenha se dissipado nos anos subsequentes, de forma ainda mais pronunciada do que entre as meninas [1, 2, 4, 5];
- há fortes evidências, no entanto, de efeitos positivos sobre indicadores de habilidades socioemocionais, comportamento em sala de aula e motivação direcionada aos estudos, que não se dissiparam parcial ou integralmente nos anos subsequentes à intervenção [4, 5];
- há também evidências de efeitos negativos sobre indicadores de comportamentos impulsivos ou agressivos que também não se dissiparam parcial ou integralmente nos anos subsequentes à intervenção [4, 5];
- aumento de 213% (ou 49 pontos percentuais) na taxa de meninas que vieram a obter um diploma de ensino médio até os 19 anos, embora não tenha sido encontrado nenhum efeito nesta variável para os meninos contemplados [1, 2];
- aumento de 153% (ou 23 pontos percentuais) na taxa de meninas que tinham um emprego aos 19 anos, e de 33% (ou 18 pontos percentuais) na taxa de meninas que tinham um emprego aos 27 anos [1, 2];
- embora não haja evidências de impactos no mercado de trabalho, entre os meninos, aos 19 e 27 anos, a taxa de emprego aos 40 anos aumentou em 40% neste grupo [1, 2];
- redução de 47% (ou 10,7 pontos percentuais) na taxa de meninas, e de 30% (ou 8,2 pontos percentuais) na taxa de meninos que vieram a se tornar usuários frequentes de álcool, aos 27 anos [3];
- redução de 72% (ou 18,6 pontos percentuais) na taxa de meninos que vieram a se tornar usuários intensivos de tabaco (20 cigarros ou mais por dia), aos 40 anos, embora não tenha sido encontrado efeito estatisticamente significante sobre as meninas participantes [3];
- redução, entre as meninas, de 55%, e de 34% entre os meninos, no número total de prisões até os 40 anos [1, 4];
- análises de quais foram os mediadores dos efeitos sobre a trajetória no mercado de trabalho e sobre mudanças em criminalidade e saúde revelam um papel fundamental dos efeitos encontrados sobre indicadores de habilidades socioemocionais e comportamentos externalizantes impulsivos ou agressivos [3, 4, 5];
- não há efeito estatisticamente significanteChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. no número total de filhos entre os participantes, medido aos 54 anos de idade [6, 7];
- durante os primeiros 10 anos de vida de suas filhas e filhos, houve um aumento de 36% na parcela de anos em que os participantes do programa tinham emprego [6];
- estas filhas e filhos têm taxas de graduação no ensino médio sem nenhum tipo de suspensão durante a vida escolar 79% maiores e taxas de emprego 40% maiores, que podem ser atribuída à participação de seus pais no programa [6, 7];
- por fim, não há evidências fortes de efeitos sobre os locais de moradia das famílias dos participantes, sugerindo que é a transformação das trajetórias dos pais – no mercado de trabalho, e com respeito a seu envolvimento com crimes – que está por trás dos efeitos positivos do programa sobre suas filhas e filhos [6, 7].
Quais as fontes bibliográficas dessa informação?
- Heckman, J., Moon, S. H., Pinto, R., Savelyev, P., & Yavitz, A. (2010). Analyzing Social Experiments as Implemented: A Reexamination of the Evidence from the HighScope Perry Preschool Program. Quantitative Economics, 1(1), 1-46.
- Anderson, M. L. (2008). Multiple Inference and Gender Differences in the Effects of Early intervention: A reevaluation of the Abecedarian, Perry Preschool, and Early Training Projects. Journal of the American Statistical Association, 103(484), 1481-1495.
- Conti, G., Heckman, J. J., & Pinto, R. (2016). The Effects of Two Influential Early Childhood Interventions on Health and Healthy Behaviour. The Economic Journal, 126(596), F28-F65.
- Heckman, J. J., R. Pinto, & P. A. Savelyev (2013). Understanding the Mechanisms through which an Influential Early Childhood Program Boosted Adult Outcomes. American Economic Review, 103 (6), 2052–2086.
- Heckman, J. J., R. Pinto, & P. A. Savelyev (2012). Web Appendix to Understanding the Mechanisms through which an Influential Early Childhood Program Boosted Adult Outcomes.
- García, J. L., Heckman, J. J., & Ronda, V. (2021). The Lasting Effects of Early Childhood Education on Promoting the Skills and Social Mobility of Disadvantaged African Americans. National Bureau of Economic Research Working Paper.
- Heckman, J. J. & Karapakula, G. (2019). Intergenerational and Intragenerational Externalities of the Perry Preschool Project. Human Capital and Economic Opportunity Global Working Group Working Paper.
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EducaçãoIndicador afetado
Anos de estudoComportamento em sala de aula ou na escolaComportamentos impulsivos ou agressivosConclusão do Ensino MédioConsumo de álcoolConsumo de tabacoEmpregoEncarceramentoEngajamento com estudosEvasão e abandonoFecundidadeHabilidades socioemocionaisLocal de moradiaMobilidade intergeracionalNotas em exames padronizadosQuociente de inteligência (QI)Trajetória dos descendentes no mercado de trabalhoTrajetória educacional dos descendentesTipo de programa
Apoio à parentalidadeBerçários, creches e pré-escolasCreches e pré-escolas modeloHabilidades socioemocionais na escolaVisitas domiciliares para acompanhamento e estimulação na primeira infânciaPúblico-alvo
Crianças de 0 a 5 anosCrianças de baixo QICrianças na Educação InfantilFamílias em situação de vulnerabilidade socialRegião
América do NortePaís
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