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Programa Business Edge de Capacitação para Microempresários em Togo

Publicado em 20/12/2022 Atualizado em 30/10/2024
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Qual o objetivo?

Capacitar microempreendedores em países em desenvolvimento.

Onde e quando?

O programa Business Edge, desenvolvido pela International Finance Corporation (IFC), foi implementado entre os meses de Abril e Agosto de 2014, em Lomé, Togo, no contexto de um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". de iniciativas de capacitação profissional envolvendo aproximadamente 1500 microempresários.¹

Como é o desenho?

O programa teve como foco microempresários que não atuavam no setor agrícola, que estavam em atividade no mercado há pelo menos 12 meses, tinham menos de 50 funcionários e não eram donos de empresas formalmente registradas. Os participantes foram selecionados em uma lista de donos de microempresas que tinham solicitado financiamento para um projeto financiado pelo World Bank, e pagaram uma taxa subsidiada de 10 dólares americanos (valores de 2017).

Concretamente, o programa teve 48 horas de duração e se concentrou em quatro tópicos principais:

  1. gestão contábil e financeira;
  2. gestão comercial e estratégias de marketing;
  3. gestão de recursos humanos;
  4. formalização dos negócios e responsabilidade fiscal.

Os encontros de formação ocorreram em salas de conferências de hotéis em várias zonas de Lomé, em oficinas de aproximadamente 20 microempresários. As ferramentas pedagógicas usadas incluíram apresentações em PowerPoint, uma pasta de trabalho do participante incluindo noções e exemplos importantes, e exercícios individuais e em grupo. Os exercícios foram baseados, por exemplo, em atividades em que os participantes ajudaram um empresário fictício a anotar as operações em um livro-caixa, calcular o custo total de produção e identificar fontes de problemas no atendimento ao cliente. O treinamento também envolveu discussões abertas, em grupo, sobre vantagens e desvantagens de não pagar impostos, e exercícios baseados em incorporação de papéis, como de negociar com fornecedores ou preencher fichas de cadastro de empresas.

Nas semanas seguintes aos encontros de formação, um dos profissionais responsáveis pelo treinamento visitou cada microempresa por 3 horas, 1 vez por mês, durante os 4 meses seguintes, para acompanhar e auxiliar os participantes na implementação dos conceitos aprendidos. Todos os instrutores do programa passaram por um treinamento de 5 dias, oferecido pelo IFC.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, nos artigos listados na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal do programa Business Edge:

  • aproximadamente 8 a cada 10 microempresários convidados a participar do treinamento de fato o fizeram [1];
  • aumento de 9,7% em um indicador de qualidade das práticas empresariais utilizadas pelos convidados, construído com informação sobre a parcela de práticas recomendadas pelo programa nas àreas de marketing, atendimento ao cliente, manutenção de registros e gestão financeira, gestão de operações e desempenho, busca de informações e oportunidades e gestão de recursos humanos, no horizonte de 2 anos e meio seguintes à implementação [1];
  • aumento de 1,5% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 — isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100 indivíduos. em um indicador de iniciativa pessoal no envolvimento com negócios, construído com informação sobre a frequência de posturas ativas diante de problemas, busca por soluções, e autoconfiança na realização de ideias, no mesmo horizonte temporal [1];
  • aumento de 7% de um desvio-padrão em um indicador de financiamento, construído com informação sobre o acesso e recebimento efetivo de empréstimos — em particular em caso de emergências ligadas ao negócio —, bancarização e conexão com instituições de microcrédito, também no mesmo horizonte temporal dos resultados acima [1];
  • aumento de 12% de um desvio-padrão em um indicador de inovação, construído com informação sobre a ocorrência e frequência da introdução de novos produtos ou serviços e a ocorrência e frequência de busca ativa de novas técnicas de produção, marketing ou administração, ainda no mesmo horizonte temporal dos resultados acima [1];
  • por fim, embora tenha havido aumento de 3% de um desvio-padrão em um indicador agregado de insumos de capital e de trabalho, não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. sobre o lucro total ou o valor das vendas [1];
  • um programa com foco no desenvolvimento de iniciativa pessoal, implementado no mesmo contexto e durante o mesmo período, gerou efeitos positivos e de maior magnitude sobre os indicadores acima, além de aumentar em 17% no valor total das vendas e em 30% o lucro total auferido pelas microempresas [1].
  1. Em 2017, o programa tinha sido usado em 56 países para capacitação de mais de 200.000 microempresários.

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Campos, F., Frese, M., Goldstein, M., Iacovone, L., Johnson, H. C., McKenzie, D., & Mensmann, M. (2017). Teaching Personal Initiative Beats Traditional Training in Boosting Small Business in West Africa. Science, 357(6357), 1287-1290.
  2. Campos, F., Frese, M., Goldstein, M., Iacovone, L., Johnson, H. C., McKenzie, D., & Mensmann, M. (2017). Supplementary Material: Teaching Personal Initiative Beats Traditional Training in Boosting Small Business in West Africa.

Vídeos

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