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Programa de Terapia Cognitivo-Comportamental em Centro de Detenção Juvenil Temporária em Illinois

Publicado em 20/12/2022
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Qual o objetivo?

Desenvolver habilidades de autoreflexão e técnicas práticas de controle de impulsos automáticos para diminuir o envolvimento de jovens reclusos com o crime.

Onde e quando?

O programa foi implementado juntamente com uma série de reformas, a partir de 2007, no Cook County Juvenile Temporary Detention Center (JTDC), lugar para onde os jovens de maior risco na região eram levados depois de presos. Os jovens eram detidos por três a quatro semanas, em média, até que seus casos fossem julgados no tribunal. As informações abaixo se referem a uma avaliação experimental de impacto do programa nos anos de 2009 a 2011, para acompanhamento longitudinal das coortes participantes.

Como é o desenho?

O programa foi desenvolvido como uma adaptação de modelos de sucesso em sessões grupais de terapia cognitivo-comportamental usados em contextos semelhantes. Ele foi implementado concomitantemente a uma série de reformas que estimularam os jovens a participarem 2 vezes ao dia das seções, substituindo o tempo que normalmente passavam assistindo TV. Para ajudar a implementar essas reformas, o JTDC também exigiu maior qualificação educacional para os funcionários que trabalhavam nos centros recém-reformados. O programa utilizou um protocolo fixo e foi ministrado por funcionários treinados pelos implementadores.

Dentro desse programa, foram trazidos muitos elementos do programa Becoming a Man (BAM), voltado para adolescentes homens do 7º ano do ensino fundamental ao 3º do ensino médio, e também baseado em princípios de terapia cognitivo-comportamental. Estes princípios eram trabalhados em sessões semanais de 1 hora (de 27 a 45 sessões, dependendo do ano de implementação) em grupos de 12 a 15 jovens, guiadas por um supervisor. Cada sessão foi construída em torno de um plano de aula projetado para desenvolver uma habilidade específica por meio de histórias, dramatizações e exercícios em grupo.

Dentre as atividades realizadas, havia, por exemplo:

  1. exercícios de introspecção que criavam oportunidades para que os jovens relatassem áreas em que consideravam ser bons, e áreas em que ainda precisavam se desenvolver;
  2. atividades práticas para exercício de habilidades sociais e de controle de impulsos violentos automatizados;
  3. interpretação de papéis em situações de confronto baseadas na vida real;
  4. exercícios de relaxamento muscular, respiração, de canalização produtiva da raiva e identificação de crenças problemáticas ou falsas; e
  5. discussão de diferentes concepções de masculinidade.

Havia, no entanto, algumas especificidades e diferenças na implementação do programa no JTDC. Enquanto o BAM usava “check-ins” no início da maioria das sessões para fazer com que os jovens se envolvessem em reflexão ou introspecção, no caso do JTDC, os jovens deveriam realizar relatórios toda vez que seu comportamento no centro fosse considerado inadequado. Exemplos de outras atividades na categoria reflexiva/introspectiva no JTDC incluem falar retrospectivamente sobre experiências e focar no que um observador externo teria visto. O programa do JTDC também enfatizou continuamente a importância de aprender a “parar, olhar e ouvir”. Além das atividades reflexivas/introspectivas, outro elemento trazido do BAM foram as atividades de desenvolvimento de habilidades, que se concentraram em ajudar os jovens a manter a calma quando estivessem com raiva, usando técnicas de relaxamento, bem como ajudá-los a estabelecer metas, resolver problemas interpessoais e ganhar consciência sobre seus sentimentos.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal da implementação das sessões do programa:

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Heller, S. B., Shah, A. K., Guryan, J., Ludwig, J., Mullainathan, S., & Pollack, H. A. (2017). Thinking, Fast and Slow? Some Field Experiments to Reduce Crime and Dropout in Chicago. The Quarterly Journal of Economics, 132(1), 1-54.

Estamos trabalhando para que as páginas contemplem toda a evidência documentada sobre o tema e estejam sempre atualizadas. Se você quiser sugerir algum artigo, entre em contato.