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Distribuição de Atole em Áreas Rurais na Guatemala

Publicado em 22/12/2022 Atualizado em 27/11/2024
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Qual o objetivo?

Mitigar os efeitos da insegurança alimentar.

Onde e quando?

O programa foi implementado em 2 vilarejos na Guatemala, entre os anos de 1969 e 1977, no contexto de um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". dos impactos de maior nível proteico da alimentação conduzido pelo Instituto de Nutrición de Centro América y Panamá (INCAP), contando com aproximadamente 2.500 crianças.

Como é o desenho?

Foram implementadas em regiões centrais dos vilarejos contemplados centros de distribuição de atole, uma bebida quente à base de milho e leite que tem alto valor calórico e concentração proteica. Os centros poderiam ser visitados por qualquer habitante dos vilarejos até 2 vezes ao dia, que ficavam abertos por 3 horas de manhã e por 3 horas à tarde.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, nos artigos listados na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal do programa, quando comparado a vilarejos em que os habitantes foram contemplados com fresco, uma bebida de alto valor calórico mas que não contém proteínas:

  • cobertura total de 65 a 85% em crianças de 0 a 7 anos que moravam nos vilarejos contemplados, resultando em um aumento de 10% na quantidade de calorias e de 40% na quantidade de proteínas consumidas diariamente por essas crianças [1,2];
  • aumento, entre as meninas que moravam nos vilarejos contemplados do nascimento até os 3 anos de idade, de 27% (ou 1,2 anosO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em anos! Por exemplo, um impacto de 1 ano para crianças que, na ausência da iniciativa, teriam 10 anos de escolaridade representa um aumento de 10% (=1/10).) no número total de anos de estudo alcançados na vida adulta, embora não tenham sido encontrados efeitos positivos ou estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. no grupo dos meninos [3];
  • aumento, entre as crianças que moravam nos vilarejos contemplados do nascimento até os 3 anos de idade, de 28% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 — isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100 indivíduos. em um indicador de compreensão de leitura, também coletado quando estas crianças eram adultas [3];
  • aumento, entre as crianças que moravam nos vilarejos contemplados do nascimento até os 3 anos de idade, de 43% na renda auferida por hora no mercado de trabalho entre os anos de 2002 e 2004 [1];
  • não foram encontradas evidências de efeitos positivos similares aos reportados acima para crianças que tiveram acesso à suplementação proteica dos 3 aos 7 anos de idade [1].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Hoddinott, J., Maluccio, J. A., Behrman, J. R., Flores, R., & Martorell, R. (2008). Effect of a Nutrition Intervention during Early Childhood on Economic Productivity in Guatemalan Adults. The Lancet, 371(9610), 411-416.
  2. Islam, M., & Hoddinott, J. (2009). Evidence of Intrahousehold Flypaper Effects from a Nutrition Intervention in Rural Guatemala. Economic Development and Cultural Change, 57(2), 215-238.
  3. Maluccio, J. A., Hoddinott, J., Behrman, J. R., Martorell, R., Quisumbing, A. R., & Stein, A. D. (2009). The Impact of Improving Nutrition during Early Childhood on Education among Guatemalan Adults. The Economic Journal, 119(537), 734-763.

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