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Programa de Superação da Extrema Pobreza Targeting the Ultra-Poor em Bangladesh

Publicado em 29/02/2024 Atualizado em 30/03/2024
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Qual o objetivo?

Colocar mulheres pobres de comunidades rurais em uma trajetória sustentável de superação da pobreza.

Onde e quando?

O Targeting the Ultra-Poor foi desenvolvido e implementado pela ONG BRAC em áreas rurais de Bangladesh. Os resultados abaixo se referem a um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". envolvendo 1,309 vilarejos nos 13 distritos mais pobres do país, escolhidos pela BRAC com base em um mapa de insegurança alimentar.

Como é o desenho?

O programa teve por focoO programa ainda está em operação. As frases nesse e nos próximos parágrafos estão no passado porque os resultados se referem a como o programa era, no momento e contexto específicos da avaliação de impacto. famílias em extrema pobreza, definidas comunitariamente em cada um dos vilarejos contemplados. Não foram consideradas como elegíveis as famílias que tomavam empréstimos de organizações de micro-crédito ou que recebiam transferências de programas governamentais de combate à pobreza.

A intervenção completa consistiu em 6 componentes ao longo de 2 anos:

  • transferência de um ativo, à escolha do beneficiário, a partir de uma lista de ativos possíveis que poderiam ser utilizados em atividades geradoras de renda, por exemplo, gado, materiais para horticultura e outros relevantes para pequenas operações de varejo (avaliados em 560 dólares em paridade de poder de compra);
  • treino e apoio complementar (também avaliados em 560 dólares em paridade de poder de compra), que abrangeu treinamento inicial em sala de aula na sede da ONG responsável pela implementação, seguido de assistência de especialistas nos ativos oferecidos por meio de visitas domiciliar a cada 1 ou 2 meses;
  • renda básica para subsistência nas primeiras 40 semanas após a transferência do ativo, para atenuar possíveis flutuações no período de adaptação à nova atividade produtiva;
  • seguro-saúde e treinamento em direitos legais, sociais e políticos;
  • criação de comitês nas aldeias com membros de estratos socioeconômicos mais altos para oferecer apoio aos beneficiários e ajudá-los a lidar com eventuais conflitos e problemas;
  • atividades de encorajamento à poupança e à tomada de crédito com o braço de micro-crédito da BRAC.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa Targeting the Ultra-Poor:

  • aumento de 217% no tempo total em horas dedicado à criação de gado, um dos ativos mais frequentemente escolhidos, e 26% menos horas a serviços domésticos, 4 anos após a implementação do programa [1];
  • aumento de 17% nas horas trabalhadas, no mesmo horizonte temporal [1];
  • aumento de 21% nos rendimentos totais auferidos em atividades produtivas, redução de 14% na taxa de mulheres que estavam abaixo da linha de extrema pobreza (de 1,25 dólares americanos por dia), e aumento de 11% no consumo per capita das famílias, ainda 4 anos após o início da implementação [1];
  • o valor disponível poupado quadriplicou no período, e valor total dos ativos produtivos entre as famílias beneficiárias aumentou em 159% – em particular, a taxa de mulheres que possuíam terra aumentou 45% nesse horizonte temporal e o valor de suas propriedades rurais era 82% mais alto, sugerindo que os recursos auferidos foram usados como investimento [1];
  • 7 anos depois da implementação, a maior parte dos resultados descritos acima se mantinha, sugerindo um potencial alto de iniciar trajetória sustentável de superação da pobreza para o público contemplado [1].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Bandiera, O., Burgess, R., Das, N., Gulesci, S., Rasul, I., & Sulaiman, M. (2017). Labor Markets and Poverty in Village Economies. The Quarterly Journal of Economics, 132(2), 811-870.

Vídeos

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