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Programa de Incentivo Monetário para Professores da Fundação Azim Premji na Índia

Publicado em 27/10/2022
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Qual o objetivo?

Promover melhora na qualidade da educação primária por meio de incentivos monetários para professores, baseados no desempenho escolar dos alunos.

Onde e quando?

O programa foi implementado nos anos letivos de 2005-2006 e 2006-2007 em escolas primárias rurais administradas pelo governo no estado de Andhra Pradesh, na Índia.

Como é o desenho?

O programa, implementado como parte de um projeto sob responsabilidade da fundação indiana Azim Premji, consistiu em fornecer um bônus aos professores de escolas primárias, com base na melhoria média dos seus alunos nas pontuações dos testes de Matemática e Língua (Telugu).

No início do ano letivo indiano de 2005-2006 (isto é, em agosto) profissionais da fundação foram presencialmente a cada uma das escolas participantes para fornecer relatórios de desempenho dos alunos, turmas e escolas e para explicar como funcionaria o programa. A fórmula do bônus foi calibrada para cerca de 3% do salário anual de um professor típico e projetada para minimizar efeitos indesejáveis, como os que surgiriam se os professores se concentrassem apenas nos alunos mais bem avaliados ou próximos a alcançar uma meta de desempenho.

Em termos práticos, o bônus funcionava da seguinte forma: os professores recebiam 500 rupis (por volta de US$7, em valores de 2021) vezes o ganho nas pontuações médias dos testes acima de 5% (isto é, a média dos alunos sob sua responsabilidade deveria melhorar ao menos 5% para que o professor recebesse o bônus). Assim, por exemplo, se os alunos de um determinado professor aumentassem em 7% suas pontuações, esse professor receberia um bônus de 1000 rupis. Os cheques de bônus com base no desempenho do primeiro ano foram enviados aos professores até o final de setembro de 2006, esse mesmo processo foi feito no ano letivo seguinte (de 2006-2007).

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa de incentivos:

  • aumento de 18% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 - isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100. nas notas em exames padronizados de Matemática ao fim do primeiro ano do programa, e aumento de 33% de um desvio-padrão nas notas em exames padronizados de Matemática ao fim do segundo ano do programa [1];
  • aumento de 13% de um desvio-padrão nas notas em exames padronizados de Língua ao fim do primeiro ano do programa, e aumento de 24% de um desvio-padrão nas notas em exames padronizados de Língua ao fim do segundo ano do programa [1];
  • um programa implementado no mesmo horizonte temporal que usava a mesma fórmula de bônus – mas que se baseava nos ganhos em pontuações dos alunos de toda a escola – também teve efeitos positivos, mas de magnitude menor, sobre as dimensões descritas acima [1];
  • não foi encontrado efeito estatisticamente significanteChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. na taxa de professores presentes em sala de aula durante a implementação [1];
  • no entanto, foi encontrada evidência forte de aumento no esforço dispendido pelos professores no preparo de seus alunos para os exames – por exemplo, eles passaram mais tarefas de casa e de aula, deram aulas extras além do horário escolar regular, fizeram mais testes práticos e revelaram prestar, com frequência maior, atenção especial às crianças de desempenho baixo [1].

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Muralidharan, K., & Sundararaman, V. (2011). Teacher Performance Pay: Experimental Evidence from India. Journal of Political Economy, 119(1), 39-77.

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