Aulas de Alfabetização com Abordagem Shishuvachan em Comunidades de Favelas em Mumbai
Aulas de Alfabetização com Abordagem Shishuvachan em Comunidades de Favelas em Mumbai
Qual era o objetivo?
Aprimorar as habilidades de leitura de crianças antes do início do processo formal de escolarização.
Onde e quando?
O programa Shishuvachan foi criado pela ONG Pratham, na Índia. Os resultados abaixo se referem a um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". implementado em 2005, em 138 comunidades em favelas aonde a ONG operava em Mumbai, envolvendo aproximadamente 5.000 famílias.
Como era o desenho?
As aulas tiveram como foco moradores das comunidades e dois componentes centrais. O primeiro deles foi o uso de uma abordagem de ensino escalonado de alfabetização que enfatizava processos de aprendizado e de compreensão de sentido que emergem da interação entre instrutores e alunos durante atividades de contar histórias e jogos. A implementação baseou-se em um currículo que deu papel central a práticas sequenciais e estruturadas de:
- pré-leitura;
- preparo dos alunos para a atividade de leitura por meio da discussão de uma história;
- leitura em voz alta;
- treino do reconhecimento de palavras;
- treino do reconhecimento de letras;
- uso de tabela fonética que ajuda as crianças a associar letras e sons de vogais no alfabeto Devanágari, usado em várias línguas indianas, incluindo o hindi;
- leitura de textos com os quais os alunos não tinham familiaridade.
O segundo componente do Shishuvachan foi a criação de uma biblioteca com acervo de livros infantis, adaptados à idade dos alunos.
O que as evidências sugerem?
Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal dos esforços de adoção do programa nas escolas contempladas:
- apenas 3 a cada 10 crianças das comunidades contempladas participaram das aulas [1];
- embora o resultado seja imprecisamente estimadoDiz-se que um resultado estatístico é imprecisamente estimado quando ele também é consistente com valores distantes de um valor de referência (por exemplo, 0), após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos de uma população., houve aumento de 12% a 13% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável —valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50: caso interpretemos o conjunto de pessoas na amostra como uma fila de 100 pessoas, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivaleria a passar da posição 50 para a posição 54. Um aumento maior, de 30% de um desvio padrão equivaleria a passar da posição 50 para a posição 62. nas notas em um exame padronizado de desenvolvimento da alfabetização, baseado na capacidade de identificação de letras, na leitura de palavras e parágrafos e na compreensão leitora, no horizonte de 4 meses após o início da implementação [1];
- os resultados na nota agregada descritos acima foram impulsionados apenas por aumentos de 23% a 35% (ou 9,8 a 15 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais! Por exemplo, se uma variável binária teria média de 10% na ausência da iniciativa, um impacto de 5 pontos percentuais representa um aumento de 50% (=5/10).) na taxa de alunos que conseguiam identificar letras, com efeitos particularmente pronunciados entre crianças que não tinham nenhuma familiaridade com literacia quando do início da implementação [1].
Quais as fontes da informação?
- He, F., Linden, L. L., & MacLeod, M. (2009). A Better Way to Teach Children to Read? Evidence from a Randomized Controlled Trial. Unpublished Manuscript.
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