Programa Coup de Pouce Clé de Contraturno para Alfabetização em Escolas Públicas da França

Despertar o apreço pela leitura e apoiar o processo de alfabetização de crianças que viviam em ambientes com baixo envolvimento familiar.

O Coup de Pouce Clé foi criado em 1984. Os resultados abaixo se referem a um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". implementado em 2010 e 2011, em Paris e Lille, envolvendo 109 escolas e aproximadamente 5 mil alunos.

O programa teve duração de 1 ano e foco, em cada escola, em 5 alunos do 1° ano considerados pelos professores como tendo defasagens de aprendizado e pouco envolvimento familiar no desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita. Antes do início da implementação, os pais dessas crianças foram informados sobre o programa e convidados para uma reunião de início, para conscientizá-los e incentivá-los a apoiar os esforços das crianças em relação à leitura.

As sessões do Coup de Pouce Clé foram conduzidas durante o contraturno por professores contratados pela ONG responsável, e seguiram um protocolo baseado nas seguintes etapas, com duração total de 1 hora e meia:

1. lanche da tarde de 30 minutos, durante o qual o professor responsável incentivava a expressão oral e o aprimoramento do vocabulário;
2. apresentação da “palavra do dia” pelo professor, seguida de busca da definição no dicionário pelas crianças;
3. leitura individual de texto em voz alta, por cerca de 15 minutos;
4. jogos de treino de habilidades de leitura e escrita, por exemplo, com formação de uma frase a partir de uma lista de palavras ou invenção de história com base em uma imagem, que era depois escrita pelo professor no quadro;
5. apoio individualizada a uma das crianças por 5 a 10 minutos;
6. leitura de história pelo professor em voz alta, por cerca de 10 minutos.

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal da implementação do Coup de Pouce Clé:

• o custo do programa, à época da implementação do estudo, era de aproximadamente 1.200 Euros por aluno/ano [1];
• aproximadamente 7 a cada 10 alunos selecionados participaram das atividades ligadas ao programa no contraturno, em substituição às atividades típicas do contraturno, que tendiam a ser menos intensivas e individualizadas [1];
• aumento de 11% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável — valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições com um grau alto de simetria em torno da média, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50: caso interpretemos o conjunto de pessoas na amostra como uma fila de 100 pessoas, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivaleria a passar da posição 50 para a posição 54. Um aumento maior, de 30% de um desvio padrão equivaleria a passar da posição 50 para a posição 62. em um indicador de apreço pela leitura entre os alunos convidados a participar do programa, ao fim da implementação [1];
• no entanto, não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. sobre as notas dos alunos em exames padronizados de alfabetização e de Matemática, ou sobre a taxa de reprovação no 1° ano, no mesmo horizonte temporal dos resultados acima [1];
• também não foram encontradas evidências de efeitos sobre notas de Língua Francesa e Matemática em exames padronizados aplicados no fim do 2° ano, cerca de 1 ano após o fim da implementação [1].