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Piloto da Reforma de 1991 nos Itinerários Formativos Profissionalizantes do Ensino Médio da Suécia

Publicado em 29/05/2024 Atualizado em 05/06/2024
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Qual o objetivo?

Aumentar a qualidade da educação e dar mais flexibilidade às escolhas de itinerários formativos e de especializações durante o processo de escolarização.

Onde e quando?

O projeto-piloto foi implementado entre 1988 e 1991 na Suécia, precedendo a introdução de uma reforma a nível nacional. Os resultados abaixo se referem a estudos observacionais do impacto do piloto, que utilizam dados de jovens que perseguiram itinerários profissionalizantes entre 1986 e 1991 no país, observados entre 1985 e 2010.

Como é o desenho?

O piloto e a reforma tiveram como foco alunos de itinerários formativos profissionalizantes na entrada do Ensino Médio. As mudanças foram motivadas pela ideia de que o sistema educacional deveria transmitir uma formação mais ampla, sem decisões precoces de especialização, e que permitisse que todos os alunos pudessem escolher trajetórias educacionais que envolvessem a entrada em uma universidade.

Foram introduzidas três mudanças principais no sistema vigente. A primeira foi o aumento da duração dos itinerários formativos profissionalizantes, de 2 para 3 anos, em algumas escolas de municípios selecionados para participação no piloto. Foi dada aos alunos, então, a possibilidade de escolha dentre esses dois tipos de itinerários. A segunda mudança foi o aumento do conteúdo propriamente acadêmico do currículo educacional, reduzindo o grau de especialização da educação na etapa. Mais especificamente, a Língua Sueca era a única matéria acadêmica nos itinerários de 2 anos, e os itinerários de 3 anos introduziram Língua Inglesa, Ciências Sociais e a possibilidade de escolha de uma eletiva acadêmica.¹ A terceira mudança criou a possibilidade de que alunos que tinham escolhido esses itinerários pudessem realizar provas de admissão para frequentar a universidade.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, nos artigos listados na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal do piloto:

  • aumento de 35% a 38% (ou de 3,8 a 4,1 pontos percentuaisO efeito de um programa em termos percentuais (%) é diferente do efeito do programa em pontos percentuais. Por exemplo, se uma variável binária tem média de 10%, um efeito de 5 pontos percentuais representa aumento de 50%.) na taxa de evasão escolar, para alunos que ingressaram em itinerários formativos mais longos, criados pelo piloto [1];
  • o efeito descrito acima foi impulsionado por efeitos pronunciados para os alunos que tinham nota média global baixa na escola antes da entrada (53% ou 8,3 pontos percentuais) e para os alunos cujos pais tinham completado um itinerário formativo profissionalizante quando estavam no Ensino Médio (44% ou 5,2 pontos percentuais) [1];
  • redução de 20% na taxa de homens entre os 16 e 20 anos que cometeram crimes contra a propriedade, com pico de queda no momento em que estes estariam no terceiro ano dos itinerários, embora não tenham sido encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantes na mesma taxa para crimes violentos [3];
  • não foram encontrados efeitos estatisticamente significantes sobre as taxas de matrícula ou de conclusão do ensino superior [1];
  • também não foram encontradas evidências de que a conclusão de itinerários introduzidos pelo piloto tenha tido efeito positivo sobre os rendimentos do trabalho, no horizonte de 4 a 18 anos depois da saída do Ensino Médio [1,2];
  • em um horizonte temporal ainda mais longo, também não há evidências de que a conclusão dos itinerários tenha tido um efeito protetivo sobre o emprego durante a crise de 2008 e nos anos subsequentes [1].
  1. Em 1988, 86% dos alunos que se matricularam nos itinerários formativos mais longos escolheram Matemática como eletiva.

Quais as fontes bibliográficas dessa informação?

  1. Hall, C. (2012). The Effects of Reducing Tracking in Upper Secondary School: Evidence from a Large-Scale Pilot Scheme. Journal of Human Resources, 47(1), 237-269.
  2. Hall, C. (2016). Does More General Education Reduce the Risk of Future Unemployment? Evidence from an Expansion of Vocational Upper Secondary Education. Economics of Education Review, 52, 251-271.
  3. Åslund, O., Grönqvist, H., Hall, C., & Vlachos, J. (2018). Education And Criminal Behavior: Insights from an Expansion of Upper Secondary School. Labour Economics, 52, 178-192.

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