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Estudos Experimentais de Treinos Focados em Letras Espelhadas em Natal

Publicado em 10/12/2025 Atualizado em 10/12/2025
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Qual era o objetivo?

Entender as melhores formas de apoiar crianças a reconhecer diferenças entre letras com formatos simétricos, uma habilidade que tende a gerar dificuldade no processo de alfabetização.

Onde e quando?

As informações abaixo referem-se a três estudos experimentaisOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". realizados em Natal, no Rio Grande do Norte, Brasil, entre 2016 e 2019, envolvendo 32, 60 e 48 alunos, respectivamente.

Como era o desenho?

A ideia central da iniciativa foi a de introduzir um período de treino sistemático da orientação correta da leitura de algumas letras, habilidade que costuma gerar confusão em crianças na fase inicial da alfabetização —por exemplo, o “b” e o “d” e o “p” e o “q”.¹ Foram instauradas sessões curtas, de 30 minutos por dia durante 3 semanas, baseadas em atividades multissensoriais para treino dessa habilidade, como escrever a forma no ar com os dedos ou perceber, sob uma perspectiva táctil, a forma das letras na pele.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências:

  • em todos os estudos, crianças que participaram das sessões de treino mostravam avanços rápidos, duradouros e expressivos na capacidade e na velocidade de discriminação de letras  —tanto as simétricas diretamente abordadas pelo treino quanto outras letras:
    • houve, por exemplo redução de quase 70 pontos percentuais na taxa de erros em letras do alfabeto, a partir de uma parcela de 75%, em testes aplicados logo ao fim e 4 meses após o fim da implementação [1]
  • além disso, 4 meses depois, foram identificados ganhos de fluência na leitura, com evidências sugestivas de que o mecanismo fundamental de aumento da fluência foi o aumento da velocidade de discriminação das letras espelhadas [1]
  • um grupo aleatório de crianças que passou por um período de descanso de até 2 horas após as atividades de treino apresentou ganhos ainda mais pronunciados nas variáveis acima, o que sugere que o sono é um mecanismo importante para a consolidação dos novos aprendizados [1].
  1. Isso ocorre porque a criança percebe a orientação da letra como algo invariante à transformação no espelho, reconhecendo duas letras como essas, como faria se confrontada com o reconhecimento de um objeto no mundo físico.
  2. O treino eliminou quase completamente a ocorrência de erros em testes que avaliam a capacidade de discriminar letras invertidas, sugerindo retenção quase perfeita do aprendizado ao longo do tempo.
  3. Crianças que aprimoraram mais a velocidade de discriminação também foram aquelas que melhoraram mais a fluência.

Quais as fontes da informação?

  1. Torres, A. R., Mota, N. B., Adamy, N., Naschold, A., Lima, T. Z., Copelli, M., … & Ribeiro, S. (2021). Selective Inhibition of Mirror Invariance for Letters Consolidated by Sleep Doubles Reading Fluency. Current Biology, 31(4), 742-752.
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