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Chega de meia sola. É tempo de inclusão.

Publicado por Blog Acionista (por Nelson Tucci) em 14/06/2021
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O Brasil é um país excludente. Esta práxis é causadora da desigualdade social e vergonhosa distribuição de renda que temos. Para usar uma linguagem – e profissão – do século passado, governos passam e fazem o trabalho do sapateiro, dando uma “meia sola”. Ou, na linguagem das costureiras, o também outrora famoso “cerzido invisível”. Em síntese, ninguém ajusta o tecido social e a estrutura política de forma adequada. Vai se remendando aqui e acolá. Tapam-se furos e tenta-se disfarçar sempre com uma camada rala de asfalto novo a pista do desenvolvimento.

Voltando ao Brasil varonil do Século XXI vamos encontrar no Norte a mesma desídia que tínhamos à época do “Brasil Grande” ou… se preferir, do “Brasil Médio, Pequeno” e outras quinquilharias retóricas que a classe política inventa. O cartunista Henfil (irmão do sociólogo Betinho), que teve ação destacada em movimentos políticos e sociais do país, chegando a debochar da ditadura com a sua arte, já falava, nos anos 1980, do “Sul Maravilha” e escangalhava com o traço do nortista e do nordestino, no sentido de chamar a atenção para a brutal desigualdade social que existia. E como estamos hoje? A riquíssima Região Norte, magnânima em recursos naturais, ainda amarga o pior padrão de vida no país. Falta educação, acesso à renda, saneamento e informática. Proporcionalmente, concentra o maior percentual de pessoas cuja baixa escolaridade dos pais limita a capacidade dos filhos de gerar renda, reconhece o Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (Imds) em seu mais recente estudo, a que esta coluna teve acesso.

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