Reforma do Programa de Merenda Escolar na Suécia

Data de publicação: 25/03/2022

Data da última atualização: 20/10/2022

Qual o objetivo?

Aumentar a qualidade nutricional dos alimentos ingeridos por crianças em idade escolar e retirar dos domicílios o peso financeiro, e em termos de tempo, de preparar as refeições destas crianças.

Onde e quando foi implementado?

A reforma foi implementada gradualmente pelos municípios da Suécia a partir de meados da década de 1940.

Como é o desenho?

Em 1946, o governo federal da Suécia instituiu subsídios para municípios que introduzissem merendas nutritivas e gratuitas no almoço para alunos no Ensino Fundamental.

Para garantir que a introdução das novas merendas aumentasse, de fato, a qualidade nutricional das refeições, uma série de medidas foram tomadas. Inicialmente, o Conselho Nacional de Escolas coletou indicadores municipais sobre a organização e a infra-estrutura das escolas e sobre os custos de provisão das merendas. Os indicadores permitiram conhecer, por exemplo, que, no período, aproximadamente dois terços dos alunos almoçavam sanduíches (pão e queijo) e leite, ambos frios.

Foram realizadas, também, visitas às escolas para auxiliar na organização das novas merendas e para informar às escolas sobre componentes nutritivos que poderiam ser comprados nos próprios municípios. Por fim, foram organizados programas de capacitação para os funcionários envolvidos no preparo das merendas.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal da reforma sobre os alunos de um grupo de 265 municípios que a instituíram entre 1959 e 1969:

  • aumento de 0,3% no número de anos totais de estudo alcançados e de 0,6% na taxa de matrícula no ensino superior, para cada ano de exposição às merendas de maior valor nutritivo [1];
  • aumento de 0,4% na renda total auferida, também para cada ano de exposição à reforma - e tal aumento foi maior no grupo de alunos mais pobres [1];
  • aumento de 0,7% em um indicador de bom estado de saúde, entre homens avaliados no período de alistamento militar, ainda para cada ano de exposição à reforma [1];
  • nenhum efeito estatisticamente significante sobre indicadores de saúde medidos em um horizonte temporal mais longo, como mortalidade e morbidade dos próprios indivíduos contemplados pela reforma entre os 40 e 60 anos de idade [1];
  • nenhum efeito estatisticamente significante sobre indicadores de saúde dos filhos das crianças expostas à reforma, como peso ao nascer, ou prematuridade [1].
De onde vem essa informação?
  1. Lundborg, P., Rooth, D., & Alex-Petersen, J. (2022) Long-Term Effects of Childhood Nutrition: Evidence from a School Lunch Reform. Review of Economic Studies, 89(2), 876-908.


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