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Programa Communication, Language and Literacy Development na Inglaterra

Publicado em 21/10/2022 Atualizado em 02/03/2025
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Qual era o objetivo?

Promover práticas pedagógicas efetivas de alfabetização e letramento.

Onde e quando?

O conjunto de reformas foi implementado de forma mandatória em todas as escolas públicas da Inglaterra a partir de 2006, como resposta a um estudo sobre práticas de alfabetização encomendado pelo governo no mesmo ano.

Como era o desenho?

As reformas tiveram como foco alunos de 5 a 7 anos e seus professores. O principal componente foi o apoio financeiro para a contratação de consultores pedagógicos para as redes educacionais do país, em um esforço sistemático de disseminar práticas de alfabetização baseadas na instrução fônica, em sua vertente chamada “sintética”.¹ Os princípios orientadores do programa foram resumidos em um livro chamado Letters and Sounds: Principles and Practice of High Quality Phonics.

Os serviços prestados pelos consultores pedagógicos envolveram uma auditoria inicial e uma visita para ajudar as escolas a iniciar a implementação das reformas. O processo completo envolveu a elaboração de um plano de ação, após observações das práticas correntes de alfabetização e avaliações diagnósticas detalhadas das crianças. Em uma segunda visita, o consultor proveu treinamento conjunto a professores e os orientou sobre como planejar mais oportunidades de aprendizado e ensino nas semanas seguintes. Nesta e nas visitas subsequentes, o consultor trabalhou junto aos professores para reavaliar o aprendizado das crianças e planejar os próximos passos para continuação da incorporação das novas práticas. Por fim, os consultores ofereceram cursos a conjuntos de professores alfabetizadores das redes de ensino pelas quais eram responsáveis.

O que as evidências sugerem?

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito impacto causal do conjunto de reformas:

  • aumento de 22% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável — valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições com um grau alto de simetria em torno da média, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50: caso interpretemos o conjunto de pessoas na amostra como uma fila de 100 pessoas, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivaleria a passar da posição 50 para a posição 54. Um aumento maior, de 30% de um desvio padrão equivaleria a passar da posição 50 para a posição 62. em um indicador de comunicação, linguagem e letramento, construído aos 5 anos a partir de informação autorreportada pelos professores [1];
  • aumento de 7,3% de um desvio padrão em um indicador de leitura em Língua Inglesa, de 9,2% de um desvio padrão em um indicador de escrita, construídos aos 7 anos a partir de informação autorreportada pelos professores [1];
  • aumento de 6,1% de um desvio padrão em um indicador de Matemática, também construído aos 7 anos a partir de informação autorreportada pelos professores, sugerindo que a melhoria em habilidades de leitura e escrita gerada pelo programa teve efeitos no aprendizado de outras matérias [1];
  • os efeitos positivos descritos acima decaíram nos anos subsequentes da educação básica, e não foram encontrados efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. em um exame padronizado de Língua (leitura) quando esses alunos tinham 11 anos [1];
  • no entanto, os alunos mais pobres e aqueles que não eram falantes nativos de Língua Inglesa, que foram os mais afetados pelas reformas conforme os indicadores coletados aos 5 e 7 anos, apresentaram aumento de aproximadamente 6% de um desvio padrão aos 11 anos no mesmo exame padronizado de leitura [1].
  1. Nela, as práticas de alfabetização estimulam as crianças a enunciar os sons das letras (fonemas) e depois a juntá-los para formar palavras. À época, as práticas de alfabetização no país eram mais fortemente baseadas na chamada vertente “analítica” da instrução fônica, em que as crianças são estimuladas a inferir relações entre grafemas e fonemas de grupos de palavras que tem letras e sons semelhantes.

Quais as fontes da informação?

  1. Machin, S., McNally, S., & Viarengo, M. (2018). Changing How Literacy is Taught: Evidence on Synthetic Phonics. American Economic Journal: Economic Policy, 10(2), 217-41.

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