Programa Graduation de Superação da Extrema Pobreza em Áreas Rurais de Bengala Ocidental

Colocar famílias pobres de comunidades rurais em uma trajetória sustentável de superação da pobreza.

A iniciativa foi implementada pela instituição local de micro-crédito Bandhan, em 2007, em Murshidabad, um distrito em Calcultá, Bengala Ocidental, Índia, no contexto de um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si - e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". envolvendo 978 famílias.

O programa teve como foco famílias em situação de vulnerabilidade social e pobreza, que não fossem clientes de alguma outra instituição de micro-crédito, e que fossem integradas por alguma criança entre 0 e 18 anos. Os seis componentes do programa foram:

1. transferência de ativos, à escolha do beneficiário, a partir de uma lista de ativos possíveis:
   • 5 a cada 10 famílias escolheram como ativos cabras, e 3 a cada 10, vacas;
   • valor de 437 dólares em paridade de poder de compra.
2. treino e apoio complementar no uso dos ativos, por 1 ano e meio;
3. transferências de renda semanais de aproximadamente 9 dólares, para suporte ao consumo, durante 13 a 40 semanas, a depender dos ativos selecionados;
4. visitas domiciliares semanais por profissionais das entidades implementadoras, por 1 ano e meio, com o objetivo de acompanhar e encorajar as famílias, além de transmitir informações sobre educação financeira, com ênfase na atividade produtiva potencialmente derivada dos ativos;
5. atividades de encorajamento à poupança, como abertura de contas nominais de poupança, ou o requerimento de que cada família participante poupasse 1 dólar por semana em encontros semanais conduzidos pela Bandhan;
6. atividades para transmissão de informação sobre temas relacionados à saúde.

Foram documentadas, nos artigos listados na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do monitoramento e do impacto causal do programa:

• aproximadamente 1 ano e meio após o fim da implementação, aumento de 67% a 83% de um desvio-padrãoO desvio-padrão mede a dispersão de valores de uma variável - valores mais altos indicam maior ocorrência de valores longe da média e valores mais baixos refletem maior concentração de valores próximos à média. Para a distribuição normal, ou para distribuições razoavelmente similares a uma normal, um aumento de 10% de um desvio-padrão equivale a um efeito de 4 percentis a partir do percentil 50 - isto é, a passar da posição 50 para a posição 54, em uma fila de 100.  em um indicador de volume de rendimentos da família, contendo informação sobre a parcela da renda oriunda da pecuária, agricultura, pequenos negócios, ou trabalho assalariado [1,3];
• nesse mesmo horizonte temporal, aumento de 12% de um desvio-padrão em um indicador do tempo gasto em atividades geradoras de renda [1,3];
• aumento de 19% a 22% de um desvio-padrão em um indicador de inclusão financeira, contendo informação sobre mecanismos formais e informais de tomada de empréstimo, volume total poupado e a poupança no momento da coleta [1,3];
• aumento de 12% no gasto per capita das famílias com consumo, e de 25% a 28% de um desvio-padrão em um indicador de segurança alimentar [1];
• ainda no horizonte de 1 ano e meio após o fim da implementação, não foram encontradas evidências de que o programa tenha tido efeitos estatisticamente significantesChamam-se de estatisticamente significantes as estimativas de impacto que são distinguíveis do valor zero, após incorporada à análise as incertezas associadas à generalização para outras amostras de indivíduos. em um indicadores de saúde física, contendo informação sobre atividades saudáveis e percepção subjetiva do estado de saúde, ou de saúde mental, resumindo informação sobre ausência de estresse emocional, satisfação com a vida e ausência de preocupações por períodos longos de tempo [1,3];
• também não foram encontradas evidências de que o programa tenha tido efeito em um indicador de empoderamento feminino, contendo informação sobre a participação da mulher nos processos decisórios com respeito a gastos em educação, saúde, melhorias da casa e a outros assuntos financeiros da família [1,3];
• já 5 anos e meio após o fim da implementação, os efeitos sobre o volume de rendimentos da família se manteve no mesmo patamar (78% de um desvio-padrão), e houve aumento ainda maior no consumo, de 25%, e sobre o indicador de insegurança alimentar, de 43% de um desvio-padrão [3];
• nesse horizonte temporal mais longo, também foram encontradas evidências de que o programa tenha tido efeitos nos indicadores de saúde física e mental descritos acima, de 13% e 24% de um desvio-padrão, respectivamente [3].